O Sistema Terra, sobretudo os Recursos Naturais ali contidos e a sua relação com os seres humanos, é largamente ensinado e pesquisado sob a ótica da ciência hegemônica ocidental. A produção de conhecimento dessa base teve sua introdução no continente sul-americano, nos processos colonizatórios à época das grandes navegações do séc. XV. “Implícita nesta ideia está o fato de que a colonialidade é constitutiva da modernidade, e esta não pode ser entendida sem levar em conta os nexos com a herança colonial e as diferenças étnicas que o poder moderno/colonial produziu” (FERNANDES, O que é uma educação decolonial?). Apesar de estar muitas vezes afinada com as atividades econômicas, geopolíticas, tecnológicas e etc, dos tempos atuais, a geologia está por outro lado, fechada em seu caráter universalista. Ou seja, a geociência eurocêntrica, não reconhece as interpretações e percepções sobre a Terra e suas implicações por outros grupos étnicos, alimentando um caráter colonizador. Há, então, uma necessidade insurgente de “descolonizar” a produção científica, e ampliá-la de modo a acolher outras culturas, e resgatar os saberes pré-colombianos dos povos nativos. A esse movimento de ressignificação do olhar para a produção de conhecimento e reconhecimento de outras vozes não hegemônicas, ou os saberes tradicionais, têm-se atribuído o termo decolonialismo.