Programa de Residência Pedagógica (PRP) +

Os objetivos a seguir contemplarão a grande área de Arte, a partir de suas linguagens específicas: Dança, Desenho e Plástica (Artes Visuais) e Teatro, articuladas aos Projetos Pedagógicos de cada um dos Cursos de Licenciatura das respectivas Escolas da UFBA (Dança, EBA e Teatro).

Objetivo Geral

Aperfeiçoar a formação dos discentes (estudantes/residentes), a partir do desenvolvimento de atividades artístico-educativas, em contextos da Educação Superior e Básica, fortalecendo o campo da prática e do exercício dos seguintes princípios:

• indissociabilidade entre a teoria e a prática no estímulo a experiências que favoreçam a construção de conhecimentos contextualizados;
• exploração de espaços de aprendizado nas escolas que convoquem a relação do corpo com a cultura, como campo de estímulo ao desenvolvimento de processos artístico-educativos;
• fomento a processos interdisciplinares no campo da arte e da educação na perspectiva da complexidade e complementariedade;
• investigação e sistematização de processos artístico-educativos, como base para avaliação de transformações vivenciadas por crianças e jovens, público prioritário do subprojeto;
• e a pesquisa como eixo fundante, atrelado à formação inicial e em exercício de professores.

Objetivos Específicos

Dança: 

1) Desenvolver e sistematizar experiências artístico-educativas em Dança como processos de aprendizagem, possibilitando a experimentação artística como oportunidade de desenvolvimento das seis dimensões do conhecimento sugeridas pela BNCC: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão; 

2) Desenvolver práticas colaborativas em Dança como possibilidade do fortalecimento de redes de aprendizagem entre os sujeitos envolvidos no processo pedagógico - professores, estudantes, coordenadores e diretores, favorecendo a cooperação e retroalimentação entre instituições públicas - escolas municipais, escolas estaduais e a UFBA; 

3) Contribuir para uma formação cidadã com base em princípios estéticos e éticos na Educação Básica das Redes Públicas.

Desenho e Plástica (Ates Visuais):

4) Desenvolver temas específicos de Desenho e Plástica, pensando as Artes Visuais como produção histórica e cultura humana; 

5)  Ampliar a compreensão sobre produtos artísticos diversos e culturais, nos diferentes tempos históricos; 

6) Conhecer a arte em diversas culturas para ampliar os limites escolares e criar possibilidades de interação artística e de produção cultural; 

7) Perceber a importância da arte para o desenvolvimento integral: físico e emocional dos estudantes e experimentar teorias e práticas de arte e educação;

8) Expressar ideias, emoções, sensações e comunicar-se a parti r do Desenho e Plástica e das visual idades, articulando a percepção, a imaginação, a memória, a sensibilidade e a reflexão, observando ainda o próprio percurso de criação e suas conexões. 

Teatro (ênfase na reflexão sobre a escravidão, visando atender à demanda presente na sociedade brasileira)  

9) Promover experiências pedagógicas comprometido com conhecimentos sobre as relações raciais e as questões da história e da cultura afro-brasileira, como consta na Lei 11.645; 

10) Proporcionar uma formação mais consolidada no campo das questões étnico-raciais e uma formação concentrada na crítica e na formação estética de crianças e jovens, tendo como foco a discussão e emancipação do racismo na escola e seu meio; 

11) Despertar o interesse em conhecimentos e saberes identitários, estético-corpóreos afro-referenciados presentes no meio social da escola; 

12)  Analisar a aplicação da Lei 11.645 e elaborar ou atuar em projetos envolvendo a comunidade escolar.

Este subprojeto  entende  que,  mais  do  que  nunca,  a  formação  docente  em  filosofia  precisa  instituir uma práxis pedagógica  que, efetivamente, possa  recuperar as perdas históricas e  inovar os  métodos  de  aprendizagem  da  filosofia  nas  escolas  públicas.  É  um grande desafio superar o retrocesso que a formação educacional  das humanidades sofreu quando, pela implantação da lei  5.692 de Diretrizes  e  Bases,  em  1971,  a  Filosofia  e  a  Sociologia  foram  substituídas  pelas  disciplinas  EMC  (Educação Moral e Cívica)  e OSPB (Organização Social  e Política do Brasil); no momento histórico atual , a retirada das disciplinas de Filosofia e Sociologia como componentes obrigatórios do currículo escolar faz novamente a educação brasileira retroceder.

A participação da Filosofia no projeto institucional da Residência Pedagógica nos parece  extremamente  propícia,  pois, de um lado, o  campo  de  trabalho  dos  licenciados nessa área será necessariamente ampliado; e, de outro lado, a carência, já existente, de profissionais especificamente formados na área, atingirá índices preocupantes.  O ensino e o aprendizado de filosofia no Brasil precisa ser cultivado, ampliado e melhorado, e a boa formação de  profissionais  na  área  pode  vir  a  cumprir  um  papel   importante  na  elaboração  de  planos  de  ações  pedagógicas interdisciplinares, tão valorizadas em nossos dias. Por outro lado, é também um desafio enfrentar o abismo entre o grande aumento de massa crítica sofisticada, de publicações e de eventos na área da  filosofia universitária  (que assistimos,  com  satisfação, no que concerne  especificamente  à  UFBA),  e  a  prática  pedagógica,  ainda  altamente  difundida,  do  ensino  de  Filosofia,  pela  mera  repetição automática  de  manuais  superados.

Trata-se de conceber a atividade  docente  da  filosofia  como  uma  “Oficina  de  Conceitos”,  isto  é, como uma prática de manipulação e uso de conceitos clássicos já existentes, mas, para usar o conceito famoso de Gilles Deleuze, também como um instigar para a construção de novos conceitos, conforme se chegue a novas formulações de problemas (antigos ou  novos)  acerca  da  racional idade  humana. A Filosofia  auxilia  a  entender  obras  de  pensamento  e  obras  de  arte;  ela  pode  investigar a  racionalidade  das  ações  humanas  e  seus  valores  éticos  e  políticos,  dentro  de  situações  concretas  vividas;  e  pode  ser  muito  útil nos debates epistemológicos em torno das ciências e, sobretudo, na consciência dos limites lógicos e éticos de suas aplicações.

O ensino  de  Filosofia  deve  se  pautar  pela  investigação  dos  conceitos  e  dos  problemas  filosóficos  concernentes  à  racionalidade humana,  mas  essa  investigação  só  tem  sentido  na  medida  em  que  puder  propiciar  ao  aluno  a  capacidade  de  formular,  por  ele mesmo,  esses  conceitos  e  esses  problemas,  a  partir  de  suas  experiências  e  leituras.  Quer adote uma  postura  teórica  sistemática, quer  adote  uma  postura  mais  histórica,  o  professor  de  Filosofia  nunca  deve  tomar  um  conceito  filosófico  como  algo  pronto  e acabado: mesmo que se parta de uma definição dada por um filósofo ou obra específica, outros aspectos, propriedades ou funções dos conceitos em questão deverão poder ser encontrados, em sua aplicação a situações concretas e determinadas. A oferta desta instrumentalização, de ordem intelectual, tem por fim a instauração de um espírito crítico.

O residente deve ser capaz de justificar, a partir  de  critérios,  sejam  eles  éticos,  epistêmicos  ou  estéticos,  suas  ações  no  mundo;  ou  ainda,  é  necessário  e  urgente,  em  nossa sociedade,  a  instrução  que  auxilia na reflexão  que  demonstra  o  porquê  de  uma  ação  ser  preferida  em  detrimento  de  outra.  Desse modo, o que aparece  em  um  primeiro  momento  como  um  elemento  puramente  intelectual   tem  seu  reflexo  na  ordem  diária  da  vida em comunidade. O âmbito da ação e o da intelecção, quando pensados de modo justificados, não se separam.

Objetivo Geral

-  Atuar  na  formação  inicial   do  licenciando  e  na  formação  em  exercício  dos  professores  da  educação básica  de  maneira  dialógica  e  colaborativa,  tomando  a  prática  como  eixo  orientador  e  problematizando  o  cotidiano  escolar.

Objetivos Específicos

- Partir do aprendizado histórico  para  entender  as  diversas  experiências  do  passado  humano,  aumentando  a competência  de  interpretação  histórica. 

-  Detectar as dificuldades existentes no processo  ensino-aprendizagem  e  desenvolver,  de forma  colaborativa,  práticas  educacionais  visando  a  melhoria  do  desempenho  dos  alunos; 

-  Elaborar e  executar  sequências didáticas,  planos  de  aula,  avaliações  e  outras  ações  pedagógicas  de  ensino  e  aprendizagem  a  partir  das  competências,  unidades temáticas  e  objetos  de  estudo  previstos  na  BNCC,  considerando  um  ensino  de  história  crítico  da  real idade  e  formador  do pensamento  autônomo; 

-  Priorizar o  domínio  do  conhecimento  das  ações  pedagógicas  que  permitem  transformar  os  objetos  de estudo em objetos de ensino e de aprendizagem;

- Articular o ensino e a pesquisa como orientação da formação profissional.

O subprojeto  em  Língua  Portuguesa  priorizará  o  aprimoramento  da  formação  de  licenciandos  enquanto  pesquisadores  de  sua prática, com o intuito de melhor prepará-los para a tarefa de formar leitores e autores críticos e autônomos, capazes de interagir com e de produzir  textos  escritos,  orais  e  multissemióticos  que  dialoguem  com  discursos  que  circulam  pela  sociedade  brasileira contemporânea  acerca  de  questões  étnico-raciais,  sociais,  de  gênero  e  sexual idades.  Leitores  e  autores,  enfim,  aptos  a  se relacionarem  ativamente  com  as  práticas  de  linguagem  e  produções  de  acordo  com  os  contextos  de  uso  da  língua,  conforme sugere  a  Base  Nacional   Curricular  Comum,  ao  indicar  que  cabe  a  Língua  Portuguesa  “proporcionar  aos  estudantes  experiências que  contribuam  para  a  ampliação  dos  letramentos,  de  forma  a  possibilitar  a  participação  significativa  e  crítica  nas  diversas  práticas sociais  permeadas/constituídas  pela  oralidade,  pela  escrita  e  por  outras  linguagens”  (BNCC,  2017,  p.  65-66).

Nessa  perspectiva, este  subprojeto, focará  as  práticas  relacionadas  à  formação  em  leitura  e  escrita,  críticas  e  autônomas,  objetivando,  da  parte  dos graduandos,  o  desenvolvimento  de  saberes  ligados  à  práxis  e  ao  cotidiano  escolar,  levando-os  a  compreender  o  contexto  de atuação  profissional   e  a  iniciar  um  processo  de  construção  da  sua   identidade  docente.  Pretende-se, ainda, que  os  bolsistas desenvolvam um fazer docente pautado na ética, no respeito a diversidade e na consciência política requeridas por qualquer prática pedagógica.  Com  isso,  espera-se  construir  um  campo  em  que  seja  possível   a  reflexão  teórica  dos  conhecimentos  acadêmicos, orientada  pelos  conhecimentos  práticos  vinculados  ao  contexto  de  ensino  da  leitura  e  da  escrita.  Tal   proposta  desenha,  nesse sentido,  um  movimento  cíclico  que  funde  teoria  e  prática.

No  que  tange  à  parceria  com  a  escola,  o  subprojeto  visa  ao desenvolvimento de ações que auxiliem professores e demais funcionários na efetivação de suas práticas habituais de formação de leitores e escritores,  bem  como  a  edificação  de  novas  metodologias  visando  à  excelência  na  formação  dos  alunos  (graduandos  e demais estudantes da Educação Básica da escola). Para tanto, serão realizadas, entre outras ações, “Oficinas de leitura e produção de  textos  escritos,  orais  e  multissemióticos”,  nas  quais  os  focos  centrais  serão  o  fomento:  das  reflexões  acerca  dos  usos  das práticas  de  linguagem  e  produções  de  acordo  com  os  contextos  sociais,  bem  como  das  discussões  sobre  questões  étnico-raciais, sociais,  de  gênero  e  sexual idades  que  podem  ser  flagradas  em  discursos  que  circulam  pela  sociedade  brasileira  contemporânea.

Ainda  no  que  concerne  ao  diálogo  com  a  escola,  entende-se,  sob  a  ótica  de  Paulo  Freire,  que  a  formação  dos  professores  se  faz coletivamente  através  da  ação/reflexão  sobre  a  prática,  o  que  implica,  ao  mesmo  tempo,  uma  teorização  informada  pela práxis e o desenvolvimento de uma prática consistentemente alicerçada em reflexões sobre as teorias que envolvem o fazer docente (no caso da formação em Letras, englobam-se as teorias  linguísticas, textuais, literárias, didáticas e os saberes práticos - sociais e culturais).

Ressalta-se  que  as  escolas  parceiras  não  serão  meros  receptáculos  dos  fazeres  organizados  pela  academia,  mas  co-partícipes neste  subprojeto,  que  dispõe-se  à  constituição  de  comunidades  de  aprendizagem,  na  perspectiva  de  bel l   hoocks,  e  de  afetos  (de indivíduos  que  se  afetam  mutualmente  e,  desse  modo,  se  constituem  e  reconstituem  enquanto  cidadãos  dialógicos,  éticos  e políticos).  Comunidades  compostas  pela  orientadora,  pelos  professores  de  Português  (preceptores),  pelos  graduandos  bolsistas (residentes), pelos alunos dos colégios, pelos gestores e funcionários das escolas e pelos grupos sociais nos quais estão inseridas as unidades escolares, todos co-responsáveis pela autoformação e formação uns dos outros.

Objetivo Geral

Analisar  as  condições  de  ensino  e  aprendizagem  da  educação  básica  através  de  pesquisas,  que  possa  subsidiar  a prática  docente  no  planejamento  de  intervenções  pedagógicas  e  regência  da  disciplina  de  Sociologia,  de  forma  interdisciplinar utilizando  os  pressupostos  teóricos  metodológicos  das  Ciências  Sociais.

 Objetivos Específicos

•  Desenvolver  projetos  de  estágio na  perspectiva  da  pesquisa,  considerando a necessidade de analisar  os  espaços   educacionais  e  as  práticas  pedagógicas  na formação  dos  professores; 

•  Construir  instrumentos  de  pesquisa  que  permitam  investigar  a  realidade  da  escola,  dos  professores  e alunos  envolvidos  com  a  disciplina  de  Sociologia;

•  Analisar  a  escola  pública  enquanto  questão  sociológica,  considerando  suas múltiplas  dimensões  e  os  problemas  que  dificultam  os  processos  de  ensino  e  aprendizagem. 

•  Planejar  a  regência  na  disciplina  de Sociologia,  considerando  o  perfil   dos  estudantes  e  os  pressupostos  teóricos  metodológicos  das  Ciências  Sociais;

•  Organizar intervenções pedagógicas interdisciplinares na  escola, considerando  as  demandas  da  comunidade  escolar  e  a  relevância  dos conteúdos  abordados;

•  Avaliar as  práticas  docentes  planejadas  e  executadas  na  regência  pelo  professor  preceptor e  pelos estagiários  envolvidos  no  programa,  considerando  os  conteúdos  e  metodologias. 

•  Produzir  conhecimento  sobre  as  reais idades investigadas, considerando a necessidade de melhorar o efeito das práticas pedagógicas no processo de ensino aprendizagem.