Desde a chamada “virada cultural” ocorrida nos Estudos da Tradução nas últimas décadas do século passado, o debate na área tem girado em torno de dicotomias como relativismo vs. essencialismo ou “fidelidade” vs. “função”. Propõe-se neste curso mostrar em que medida a filosofia tardia de Wittgenstein oferece instrumentos para dissolver alguns falsos dilemas nesse embate. Um elemento central nessa discussão é a noção de conceitos rigorosamente vagos e o lugar que ocupam no “kit do tradutor” proposto por Gideon Toury. O minicurso está estruturado em três encontros, sendo o primeiro deles de natureza mais expositiva (palestra), e os dois outros um diálogo que procura estabelecer pontes entre teoria e prática, tendo sempre por foco o ato tradutório em si, e suas condições de possibilidade. Nesse sentido, o interessa a todas as áreas de estudo nas quais o fenômeno tradutório tem relevância especial, tais como Filosofia, Letras e Linguística, Antropologia, Artes, Direito, dentre outras