Inspirado nas histórias dos antigos carnavais da Cidade Baixa de Salvador nos anos 40, onde as máscaras eram objetos comuns no festejo, o bloco TECNO-MÁSCARAS, composto pelas estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Artes Maria de Abreu e Luisa Caria, surge com o objetivo de relacionar a atmosfera carnavalesca à tecnologias contemporâneas, reunindo experiências obtidas nas aulas do departamento de arte e tecnologia e da escola de belas artes. A proposta é montar um bloco e remontar as máscaras com base na vivência dos antigos foliões e pensar sua composição apropriando materiais e recursos tecnológicos atuais criando assim novas possibilidades de experimentação. Aproximando o trabalho visual desenvolvido por Maria de Abreu com pintura em tela e cerâmica ao longo dos anos de academia com novos conceitos de arte e eletrônica trazidos por Luisa Caria. A estética figurativa de máscaras africanas tornou-se objeto de estudo principal no processo estilístico de Maria de Abreu como artista plástica. A partir deste caminho já trilhado nas belas artes, buscamos introduzir novos elementos que ampliem a representação tradicional desses objetos com a adesão de materiais diversificados: plásticos reciclados, arduinos, leds, impressões 3d, como forma de criar um novo tipo de interatividade com o público. Este tipo de experimentação em que se mistura elementos contemporâneos com elementos tradicionais aconteceu no movimento Manguebeat, criado por Chico Science, Fred Zero 04 e Dj Renato L, e prova que essa relação não descaracteriza a manifestação popular partindo do pressuposto que a cultura é atemporal, não cristalizada e capaz de criar diálogos entre o saber popular e as novas tecnologias.