Esta pesquisa discute o tema da economia criativa, seus conceitos e termos associados, como: criatividade, indústrias criativas e cidades criativas. Esse termo que emerge a partir de 1994, na Austrália, com registros num documento intitulado pelo governo australiano de Creative Nation; ganha força no Reino Unido com Tony Blair e outros pensadores como, norte-americano Richard Florida (2001); os britânicos Jonh Howkins (2013), Charles Landry (1995) e órgãos internacionais como a UNCTAD, DCMS, OMC, OMPI, CEPAL, dentre outros. Aqui no Brasil esses temas são tratados por Reis (2012), Mirsawaka (2016, 2017), além da análise do Plano da extinta Secretaria de Economia Criativa e órgãos de cultura dos estados e municípios, bem como dos trabalhos de mapeamento das indústrias criativas no Brasil, realizados pela Federação das Indústrias do Rio de janeiro (FIRJAN), a partir de 2005. A abordagem metodológica de pesquisa é qualitativa, mas com a utilização de dados quantitativos, a fim de mensurar o impacto que os empreendimentos e atores dos setores criativos têm na economia da cidade. Nesta pesquisa optou-se pelo estudo de caso, realizado em Cachoeira, município do Recôncavo da Bahia, visando compreender seu contexto e seus traços culturais e religiosos peculiares, os quais corroboram o fato de que este município, pelas características específicas que envolvem sua origem e história, sua matriz cultural, seus festejos, seu conjunto arquitetônico e, o mais importante, a criatividade de seu povo, caracteriza-se como uma cidade criativa. Trata-se também de um estudo descritivo, pois descreve a realidade do município por meio de dados coletados com a aplicação de questionário sobre percepção da economia criativa pelos moradores e visitantes, além de entrevistas com atores criativos do município. Foi utilizada a pesquisa bibliográfica para conhecer melhor os temas abordados por este estudo. Para a análise de dados, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo, aplicada às entrevistas, momento em que foi possível comparar as declarações dos entrevistados com o referencial teórico escolhido para discussão do tema proposto. Como resultado observou-se que os empreendimentos e profissionais ligados aos setores que compõem a economia criativa atuam por meio de projetos pessoais ou coletivos, sem o apoio direto da gestão local, que começa a olhar de maneira um pouco mais cuidadosa para a temática a partir do ano corrente. Percebe-se essa movimentação da gestão local, através do lançamento de edital para patrocínio de projetos ligados à área cultural. Constatou-se também que os empreendimentos criativos fazem girar a economia do município por meio de recursos captados de órgãos federais, bem como das atividades, eventos e rituais cotidianos de Cachoeira, como as celebrações e festas afro-brasileiras, música, dança, tecnologia da informação, artesanato, escultura, pintura, gastronomia, design de modas e acessórios, teatro e cinema, ou seja, empreendimentos capazes de gerar ocupação/emprego, renda e, consequentemente, desenvolvimento socioeconômico.
Cidades criativas: uma análise sobre as possíveis contribuições da economia criativa para o desenvolvimento do município de Cachoeira
Dissertação
Resumo:
Unidade:
Programa de Pós-Graduação:
Núcleo de Pós – Graduação em Administração
Nome do(a) Aluno(a):
André Luis Marocci Rivas
Orientador(a) (es/as):
Ariádne Scalfoni Rigo