O meu objeto de pesquisa tem proporcionado um processo formativo interessante. Pesquisar sobre mulheres, sob uma perspectiva um tanto polêmica dentre os feminismos, que é o trabalho sexual, tem me mobilizado bastante, e mostrado a necessidade de aprofundar cada vez mais o debate e a leitura sobre esse tema. O aprendizado é tão grande que me conduz a temas que ultrapassam a academia, como por exemplo, lugar de fala. Para além das desconstruções e reconstruções pessoais, discutir sobre uma tecnologia em saúde que promove a autonomia dos sujeitos, tem repercutido também na minha prática enquanto aconselhadora de prevenção em HIV/aids. Assim, proponho realizar um estudo com o objetivo de estimar o conhecimento do autoteste de HIV por Mulheres Trabalhadoras Sexuais, bem como os fatores associados, no conjunto de doze cidades no Brasil. Espera-se que os resultados deste estudo possam colaborar para o fortalecimento de políticas de prevenção e enfrentamento ao HIV, e com a ampliação da oferta de autoteste para populações-chave para a epidemia de HIV/aids.