Desafios críticos contemporâneos: autoria e autoficção em Javier Cercas e Enrique Vila-Matas

Tese
Resumo: 

Partindo da hipótese de que a presença da figura do autor em um número significativo de romances atuais é indício de transformações na literatura contemporânea, esta tese tem como objetivo investigar essas transformações a partir do ponto de vista da crítica. Para tanto, analisamos as obras dos escritores espanhóis Enrique Vila-Matas e Javier Cercas, que são tomados como ponto de partida para elaborar questões relacionadas a um conjunto de obras que, além da intrusão da figura autoral na narrativa, têm como característica principal a desestabilização de algumas categorias críticas. A discussão realizada gira em torno de três eixos temáticos, autoria, subjetividade e autoficção, aos quais correspondem os três capítulos da tese. No que diz respeito à discussão sobre a autoria, no primeiro capítulo, além de Barthes e Foucault, nomes obrigatórios neste tema, as contribuições de Giorgio Agamben e de Daniel Link foram muito importantes para a compreensão do fenômeno da autoria no contemporâneo. No segundo capítulo, referente à questão da escrita e da subjetividade, destacam-se os nomes das críticas Diana Klinger e Leonor Arfuch. No terceiro e último capítulo, a autoficção é estudada a partir de uma dupla perspectiva, a da teoria literária e a da estética, conforme a sugestão dada por Josefina Ludmer em ―Literaturas pós-autônomas‖. A noção de pacto ambíguo, desenvolvida por Manuel Alberca, é central nesta tese. Por fim, conclui-se que as narrativas estudadas são marcadas pela ideia mais de um processo e menos de um produto, o que interfere diretamente no modo como as lemos.

Programa de Pós-Graduação: 
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
Nome do(a) Aluno(a): 
Lara, Davi Santana de
Orientador(a) (es/as): 
Azevedo, Luciene Almeida de