Em busca de pistas que possam nos aproximar de uma história da cultura escrita no Brasil, esta Tese de Doutorado, a partir de cenários orquestrados em atmosferas sediciosas, tem como objetivo delimitar, a partir do método do cômputo de assinaturas e da análise das provas materiais apreendidas nos autos dos processos devassatórios jurídico-laicos de insurreição, a distribuição social da escrita nos principais movimentos sediciosos da história colonial de finais dos setecentos, a partir das sedições da Inconfidência Mineira (1789), em Minas Gerais, da Revolta dos Letrados (1794), no Rio de Janeiro e da Conspiração dos Alfaiates (1798), na Bahia. As chamadas devassas de insurreição compõem uma importante fonte da história do Brasil, pois, tendo a finalidade de investigar o delito de lesa-majestade, imprimem em seu conteúdo aspectos relevantes da constituição sociológica do contexto em que estão sendo implantadas. Isso as elege como fontes privilegiadas para as investigações que queiram se debruçar sobre a história da difusão social da escrita, porque nelas se fazem presentes os seus registros de assinatura, demarcando aqueles que assinaram, a partir de firmas autógrafas, idiógrafas ou não alfabéticas, e aqueles que não assinaram. Além disso, as apreensões realizadas pela junta investigativa permitem-nos avaliar panoramicamente indícios da circulação da escrita em meio a tais conjunturas, pois a principais provas materiais que compõem os processos são constituídas de elementos que estão diretamente relacionados com as práticas de leitura e escrita dos envolvidos em tais movimentos.
Distribuição social da escrita nos movimentos sediciosos do Brasil de finais do período colonial
Tese
Resumo:
Unidade:
Programa de Pós-Graduação:
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
Nome do(a) Aluno(a):
Moreno, André Luiz Alves
Orientador(a) (es/as):
Lobo, Tânia Conceição Freire
Lose, Alícia Duhá