O presente trabalho investiga o movimento eugênico na Bahia, durante as décadas iniciais do século XX. Nesta análise procuro mostrar que a eugenia assumia diversos caminhos e contava com diferentes entusiastas, uns mais comedidos, outros radicais a favor de medidas como esterilização, e aborto. Entretanto a análise não se limita em diagnosticar esses autores, mas, busca compreender as redes pelas quais eles estavam inseridos. A começar pelas mudanças processadas no pensamento social brasileiro entre os anos 1910-1920, que abriu espaço para a redenção da raça a partir do saneamento. Neste sentido, analiso as campanhas sanitárias com foco na eliminação de doenças, sobretudo a ancilostomose, na qual foi verificada a aliança entre governo da Bahia e Fundação Rockefeller, de 1920 a 1922. As categorias centro e periferia são exploradas no estudo da inserção baiana no debate científico nacional. Contudo verifico que, por mais que a Bahia ocupasse um espaço periférico dentro da ciência nacional, seus homens de ciência elaboraram um discurso ligado à eugenia, e que se contrapunha a narrativa de subalternidade local.
Para o bem da raça: a época da eugenia na Bahia (1915-1935)
Dissertação
Resumo:
Programa de Pós-Graduação:
Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos (PÓS-AFRO)
Nome do(a) Aluno(a):
Nogueira, Lucas Carvalho do Nascimento
Orientador(a) (es/as):
Sansone, Livio
Pinto, Fernanda Rebelo