O texto que segue nas próximas páginas trata-se de uma pesquisa científica elaborada no âmbito das Relações Internacionais, e tem por intuito a análise da evolução histórica do conceito de nacionalismo, pressupondo a possibilidade que este conceito tenha sido utilizado para produzir, reforçar ou reproduzir os pilares estruturais de um sistema que permite a construção de assimetrias relacionais que levariam à opressão (formal e informal) de uma parte dos atores partícipes deste mesmo arcabouço. Durante a pesquisa desenvolveu-se um marco teórico do nacionalismo, reforçado por dois pressupostos principais. O primeiro diz respeito à natureza do nacionalismo, que seria caracterizado como uma doutrina política. O segundo trata do momento fundador desta doutrina, tomada aqui como produto da modernidade, e das possíveis consequências de seu surgimento neste período específico. Verificou-se, a partir de revisão bibliográfica e análise comparativa de textos centrais da literatura que trabalha conceitos de nação e nacionalidade, que os movimentos nacionalistas não possuem caráter único, flutuando entre ações revolucionárias ou reacionárias a depender do momento histórico e dos interesses das classes envolvidas. No entanto, o nacionalismo atua, independentemente do lado definido, no sentido de reproduzir uma lógica que permite e legitima relações assimétricas, refinando e sofisticando as estruturas de opressão e violência no sistema internacional.