Esta pesquisa apresenta uma cartografia em riografias de poemas publicados pela poeta Lívia Natália. Para esta construção coloco em movimento os procedimentos estéticos, artísticos e políticos das produções literárias da escritora em busca de compreender como consistem em reexistências aos estereótipos coloniais, racistas e sexistas na direção de mulheres negras de maneira a romper as fronteiras da literatura colocando-a em expansão. Os discursos fabricados sobre o corpo da mulher negra que escreve movimentam-se nas fissuras e rachaduras e expõem os modos de funcionamento da colonialidade do gênero, com isso as reexistências dizem do racismo e sexismo que funcionam no discurso colonial e desnudam as condições de produção da escrita literária negra e feminina. Sendo assim, desenvolver problematizações acerca dos poemas publicados nos livros da poeta a fim de analisar discursos que circulam e são produzidos sobre a mulher negra de maneira a compreender como as relações de poder são estabelecidas frente a produção literária negrofeminina fazem parte dos elementos constitutivos deste trabalho. Além de construir tais problematizações acerca dos textos literários da escritora baiana contemporânea Lívia Natália, o entendimento delineado é o de que, tanto a pesquisa quanto a poética dos textos selecionados para este trabalho consistem em riografias, entendo-a como um procedimento de criação estético para o labor crítico-teórico da qual as águas põem-se a escorrer pelo mapa. Sendo assim, problematizar as contradições entre hegemonia e reexistências na poética baiana contemporânea no contexto de colonialidade, respondem ao que pode uma lírica de rupturas existentes na poética de Lívia Natália.