Trazendo à baila o conceito de museu-fenômeno e partindo da observação de três grupos de teatro de rua de Salvador que realizam seus espetáculos em torno de monumentos e reivindicam o que eles chamam de teatro de rua pela memória, a presente dissertação tem como objetivo entender qual estratégia tais grupos utilizam para musealizar o Chafariz da Cabocla e fazer dali um acontecimento museal. Considerando que um museu pode acontecer na rua, buscamos pensar o museu não como um edifício museal, mas como um espaço de presentificação das ideias e manifestação das memórias, isto é, o museu pode acontecer em qualquer lugar bastando apenas a presença humana. A metodologia de pesquisa de viés qualitativo permitiu-nos observar-participar das apresentações dos grupos de teatro de rua pela memória no Chafariz da Cabocla, no período de 2015 a 2018 e construir o corpus/material de pesquisa através de caderno de campo, entrevistas, cartazes e fotografias. Além disso, recorremos a revistas, jornais, sites e blogs onde foi possível consultar o histórico do Coletivo Arte Marginal Salvador, do Grupo de Arte Popular A Pombagem e do Coletivo Mulheres Aguerridas. Desta maneira, a pesquisa propiciou o entendimento sobre como os referidos grupos musealizam o Chafariz da Cabocla e possibilitam o acontecimento museal em torno deste monumento.