Considerando a Filologia como disciplina que, a partir da materialidade do texto, interpreta-o, utilizando, para tal tarefa, a contribuição de várias outras disciplinas, pretende-se empreender uma leitura filológica e, por isso, crítica, dos textos teatrais censurados escritos por mulheres na década de setenta. Este estudo objetiva produzir-se a partir do diálogo da Filologia com a História, com as Teorias do Discurso, com a Literatura, com o Teatro, etc. A partir do levantamento dos textos, buscar-se-á uma edição que melhor reflita o texto-fonte, a fim de embasar leituras que contribuam com a reconstrução do cenário cultural da Bahia deste período e com a história do teatro neste Estado. Pretende-se refletir sobre as peças dentro do seu contexto de produção, para que se ponham em cena os discursos que mobilizaram e viabilizaram o dizer de dramaturgas baianas na década de setenta, considerando, então, a perspectiva da escrita feminina. Essa pesquisa justifica-se pela possibilidade de recuperar o texto como documento de uma ideologia, enquanto produto social e cultural. Trazendo a lume, não apenas o texto, mas os enunciados, os sujeitos mediadores do processo de transmissão, ou seja, quesitos que condiciona(ra)m seu papel discursivo na cena do teatro baiano. A partir da edição mais adequada a cada um dos textos selecionados, será feita uma análise filológica dos mesmos, objetivando mostrar as formações discursivas e ideológicas que mobilizaram a produção dos discursos veiculados nos textos e ainda como se produz as subjetividades desses sujeitos, já marcados pelo (recorte) do gênero: mulher. Os resultados da pesquisa serão apresentados em reuniões científicas, através da elaboração de artigos, ensaios e conferências.