Nosso projeto volta-se ao estudo do cotidiano de Pompéia, detendo-se mais especificamente no estudo da alimentação e do vinho. Tal estudo terá suas fontes na cultura material preservada, a qual deve ser dividida em dois tipos de documentos: por um lado, a representação iconográfica da alimentação e do vinho, compreendendo-a como elemento simbólico ao qual se vinculam aspectos religiosos, as diferenças de gênero, costumes, status social; por outro, os próprios alimentos preservados ou instrumentos característicos da produção e consumo de alimentos e de vinho. Para tanto, a pesquisa contará com a elaboração de um corpus documental, na forma de catálogo. Deslocaremos, portanto, a investigação sobre a alimentação na antiguidade para o terreno das relações sociais, o que significa tratá-la em relação à complexa rede de trocas simbólicas por que se constituem as formas culturais que tanto a caracterizam. Assim, trata-se de assinalar que o estudo de cultura material do qual o projeto não poderia prescindir parte da compreensão de que a arqueologia não se detém no estudo dos objetos, mas que seu campo de investigação estende-se às relações humanas, cujos índices palpáveis são os objetos, de sorte que a vida cotidiana, as pessoas comuns e as relações destas com os alimentos é que nos interessam aqui particularmente.