Com a vontade de denunciar o particularismo das teorias da História de Jörn Rüsen e Reinhart Koselleck, apresentadas como valor e aplicabilidades universais, a obra “Na transversal do tempo: natureza e cultura à prova da história” contrapõe a noção de tempo que se projeta como absoluta. Equivale afirmar, por conseguinte, tanto a existência de uma concepção de tempo autorreferenciada que se generaliza como experiência humana universal, quanto outra capaz de estremecê-la e que caminha à margem da ontologia pretendida pela primeira. Dessa forma, o título examina o processo de desenvolvimento da concepção moderna de tempo, colocando-a em perspectiva, na qual é possível reconhecê-la como construção histórica circunscrita, tal como analisar os limites da sua extensão. Em cada capítulo, são examinados os aspectos de sua evolução, tendo como principais pontos: suas origens históricas, a manifestação de seus limites pela identificação de uma dinâmica de interpretação temporal irredutível à prerrogativa do tempo contínuo e comum e a necessidade de repensar os pressupostos de uma teoria da história intercultural ainda ancorada na perspectiva do multiculturalismo.