A obra de Roberto Malightti, traduzida por Sebastião Moreira Duarte, traz a inspiração do trabalho do antropólogo Clifford Geertz, que, insatisfeito com as abordagens positivistas das representações etnográficas, propõe uma outra metodologia. Com uma carreira marcada pela interdisciplinaridade, Geertz se recusou a exprimir seu pensamento de forma sistemática, optando por apresentar etnograficamente sua própria perspectiva. Considerado o fundador de uma das vertentes da antropologia contemporânea – a chamada antropologia hermenêutica ou interpretativa -, Geertz se preocupa com uma antropologia voltada, antes de tudo, para a natureza da experiência etnográfica. Malightti divide o livro em seis capítulos, trazendo à tona alguns problemas e instrumentos conceituais da antropologia hermenêutica, além de por em realce sua relevância e atualidade incontestes. Afinal, as ideias de Geertz, que revolucionou o campo de pesquisa em Antropologia, deixam marcas importantes para os estudos das ciências sociais.