Sem Palco para Opressões

“Sem Palco Para Opressões” é um projeto de teatro contemporâneo fundado em noções dos estudos decoloniais. Utilizando a estética “monstra”, que traz o grotesco ao palco na ambição de sair do lugar comum, este espetáculo tenta atrair a atenção do espectador através do inverso do belo. Tal abordagem tem a intenção de provocar no público sensações e reflexões que partem do estranhamento, que mais tarde se transforma em empatia e identificação. A montagem aposta no caráter experimental que buscará dialogar com a plateia nosentido mais literal da palavra. O objetivo será trazer o público para dentro da peça, tirando-o do lugar de silêncio contemplativo e trazendo-o para o espaço de interferência direta na obra. Essa abordagem tenta resgatar a interatividade que existia entre plateia eatores nos primórdios da arte teatral, na Grécia Antiga. Este é um projeto desenvolvido por um agrupamento de estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Artes, que possui em seus princípios de trabalho a experimentação teatral e artística em geral. Com esse propósito foi fundado o Coletivo T.E.I.A. - Teatro Experimental Interdisciplinar Amador, em outubro de 2018, que temcomo residência incubadora o “Ateliê de Bolso”, espaço adaptado para um teatro alternativo, na sala 304 do PAF 5. Como o nome indica, o T.E.I.A é a tentativa dos estudantes de colocar em prática as vivências interdisciplinares que o curso proporciona,através da arte. Apesar do caráter experimental do projeto, o espetáculo buscará utilizar uma linguagem de fácil apreensão, acessível ao público em geral, a fim de atingir um maior número de pessoas. O dia a dia de pessoas comuns será retratado, trazendo proximidade e identificação do público com a obra. O projeto visa construir um espetáculo que tratará das formas alternativas de lidar com o ódio que assola a sociedade nestes dias de radicalismo, consequência da reverberação negativa do conservadorismo brasileiro no cotidiano da população. O objetivo é mostrar como o conservadorismo incide nas relações, gerando intolerância e ódio, que resultam em situações de opressão de todo cunho. Para isso serão abordadas situações de racismo, classismo, misoginia e LGBTfobia. Entretanto, o foco recairá sobre as formas alternativas que esses grupos de pessoas encontram para continuar sobrevivendo, a despeito de sofrerem diariamente com a incidência dessas mazelas.

Coordenação: 
Igor Cardoso Ribeiro (estudante)
Djalma Thurler (professor tutor)