Tese
Resumo:
Trata-se de um estudo comparativo a partir das obras de dois escritores: Moacyr Scliar e Régine Robin. Originalmente do sul do Brasil, Moacyr Scliar, que também fora médico sanitarista, publicou mais de 80 livros entre romances, contos e ensaios. Sua obra enfoca sobretudo a questão da imigração judaica no Brasil e a adaptação e integração desses imigrantes à sociedade brasileira. Humor e certa leveza são utilizados para tecer personagens não exatamente confortáveis em seus contextos e muitas vezes em conflito interno. Personagens que tentam constituir uma identidade que leva em conta os traços de memórias e a nova realidade que os cerca. É o caso dos personagens de suas obras que integram o corpus desse estudo, ou seja, O centauro no jardim e A majestade do Xingu. Régine Robin é uma escritora franco-canadense que segue uma tendência de escritores do Quebec que privilegiam em seus escritos uma ideia de construção nacional que não tem o país como centro, mas uma abordagem identitária que aponta para a ampla diversidade cultural e étnica que compõe o Quebec. É o que para muitos é chamado de escritura migrante. Nosso interesse centra-se principalmente na sua produção literária, particularmente o romance La Québécoite e seu livro de contos L’immense fatigue des Pierres. Entretanto, sua produção como teórica fornece elementos complementares para a análise de suas obras literárias, como, por exemplo, Le roman mémoriel. Kafka e La mémoire saturée. Regine Robin e Moacyr Scliar têm em comum o fato de criarem em seus livros um espaço intermediário entre fatos e ficção, e também apresentarem expressões da comunidade americana de origem judaica. De modo que se intercomunicam a dimensão nacional, a dimensão regional e a dimensão comunitária transnacional.
Programa de Pós-Graduação:
Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Poscultura)
Nome do(a) Aluno(a):
Levemfous, Sérgio Israel
Orientador(a) (es/as):
Souza, Lícia Soares de
Riaudel, Michel (co-orientador)