A presente dissertação trata das relações da transmidiação com a Austenmania contemporânea, entendida aqui como resultado da constante presença de adaptações de obras da escritora inglesa Jane Austen (1775 – 1817) para o cinema, TV e internet que se reinventam dialogando com uma gama de gêneros e público. Jane Austen cujos romances completos Razão e Sensibilidade (1811) Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger (1818) e Persuasão (1818) ecoam na cultura pop, firmou se um nome de relevância dentro da literatura inglesa por tornar se um marco na consolidação da tradição do romance feminino. A partir deste, apontamos o contexto no qual a escrita de Austen se formou, ilustrando o surgimento do romance como um gênero de importante relevância na Inglaterra, que se tornou popular principalmente ao público leitor feminino. Com o tempo, as mulheres da época passaram a utilizar o romance para escrever suas próprias narrativas sob seus pontos de vista mesmo sendo silenciadas pelas convenções da sociedade patriarcal como apontam Woolf (2014), Showalter (1977) e Grundy (1997). Delineamos aqui como a Austenmania surgiu com a consolidação de Jane Austen como um clássico, seu culto pelos fãs, e a relação desta com as novas mídias para as quais suas obras têm sido adaptadas. Tendo como recorte as adaptações das obras de Austen lançadas a partir dos anos 90 até a década presente, tornando Austen – textos e vida – recorrente nas produções mass-media, apresentamos brevemente como as ondas de Austenmania foram se delineando através das décadas e como estas seguiram convergindo entre as mídias. Questionamos, dialogando com o conceito de cultura da convergência (JENKINS, 2008), as razões que fazem os romances de Austen serem relevantes para a contemporaneidade e a capacidade que encontramos na sua escrita de fornecer materiais que sirvam de construto para a transmidiação. Por meio das novas mídias, potencializa as possibilidades de leitura e interação do público com os objetos aqui escolhidos para ilustrar essas relações; a web série The Lizzie Bennet Diaries (GREEEN, SU, 2012) e o romance Orgulho e Preconceito (AUSTEN, 1813).