Este trabalho propõe uma leitura da obra Der Jasager und der Neinsager [Aquele que diz sim e Aquele que diz não], peça didática e ópera escolar, escrita por Bertolt Brecht em parceria com Kurt Weill, que se afasta tanto de uma análise a partir dos parâmetros consolidados para o teatro épico, como da chave marxismo-dialética, reconhecida e estudada como mote de várias peças, as didáticas sobretudo. Pretende-se desenvolver uma leitura genealógica, a fim de se recuperar o Gestus transgressor de Brecht e explicitar a potência de sua obra, acessível justamente quando se desvia de pressupostos que lhe oferecem uma imediata legibilidade. A peça foi escrita progressivamente, entre os anos de 1930 e 1931, durante a República de Weimar, a partir de uma tradução de Elisabeth Hauptamann, colaboradora de Brecht, para a peça Taniko, e por sugestão de Weill por ocasião do festival de música experimental de Baden Baden. Esse percurso transformou o que era inicialmente Der Jasager [Aquele que diz sim] (1930) em Der Jasager und Der Neinsager [Aquele que diz sim e Aquele que diz não] (1931), passando por uma contra peça, Die Maßnahme [A medida] (1930), com base nos diversos comentários e críticas decorrentes de suas apresentações. A partir dessas constatações, elabora-se um estudo dos bastidores dessa experimentação, do processo de concepção progressiva do texto dramático, bem como da combinação de poéticas sugeridas pela inventiva.
Rumo à cidade do outro lado das montanhas: um estudo genealógico de “aquele que diz sim e aquele que diz não” de Bertolt Brecht
Tese
Resumo:
Unidade:
Programa de Pós-Graduação:
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
Nome do(a) Aluno(a):
Junqueira, Thereza de Jesus Santos
Orientador(a) (es/as):
Holzhausen, Marlene