Arquitetura e urbanismo contemporâneo em África: as novas cidades globais africanas e os novos condenados da terra

O presente projeto de pesquisa tem como objetivo problematizar e analisar o processo atual de produção das ‘’Novas Cidades Globais em África’’ articuladas a globalização, neoliberalismo e a reprodução capitalista nas cidades na era ‘’pós-industrial’’ (pós-fordista) do capitalismo de acumulação flexível em sua faceta no continente africano. Essas cidades constituem-se em centros – ilhas – de riqueza e opulência em contraposição ao aumento vertiginoso da segregação sócio-espacial e étnico-racial no cenário urbano africano contemporâneo. Ao seguir a lógica da ‘’Cidade Genérica’’, ‘’Cidades Inteligentes’’, ‘’Cidades Tecnológicas’’, ‘’Cidades Ecológicas’’, ‘’Cidades Verdes’’, propõem-se a ser símbolos de uma ‘’Nova África’’. Essas cidades são produtos do crescimento e estabilidade econômica e política na última década no que se chamou de o ‘’Levante da África’’, tentam restaurar a Idade de Ouro Africano quando ocorreu o surgimento, florescimento e desenvolvimento das grandes cidades e impérios comerciais na África. Cidades que buscam romper com a imagem de pobreza, miséria, guerras, epidemias e doenças vinculadas ao continente Africano. As ‘’Novas Cidades Africanas’’ buscam, também, apagar a era da Tragédia e Catástrofe Africana (séc. XV ao XIX), quando mais de 100 grandes cidades foram destruídas com seus respectivos impérios e rotas comerciais, provocadas pelas invasões tucas e, principalmente, das nações europeias (Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Portugal, Espanha, Itália, Alemanha), com a implantação do sistema colonial com o saque das riquezas do continente e a implantação do mercado de escravos no Atlântico Negro. O mercado de escravos foi responsável pela maior migração forçada da história quando dez milhões de negros cativos foram levados como escravos para os plantantions nas Américas durante cinco séculos. Seguida da implantação do imperialismo europeu, com a Partilha da África, pelas nações europeias no início do séc. XIX, com a respectiva espoliação de riquezas naturais do continente para fornecimento de matérias-primas para a segunda revolução industrial.

Área Temática: 
Direitos Humanos e Justiça
Orientador(a) do Projeto: 
Nome: 
Fabio Macedo Velame
Cargo: 
Docente