O projeto objetiva analisar as denominações utilizadas pelos falantes das regiões Sudeste e Sul do Brasil para nomear o item lexical diabo. Para isso, utilizar-se-ão inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), realizados com 496 informantes de 124 localidades das regiões Sudeste e Sul do Brasil, que serviram como pontos de inquérito para o ALiB: 80 cidades do Sudeste: 23 em Minas Gerais, 38 em São Paulo, 5 no Espírito Santo e 14 no Rio de Janeiro); 44 municípios do Sul (17 no Paraná, 10 em Santa Catarina e 17 no Rio Grande do Sul). Os informantes foram selecionados de acordo com os critérios da Dialetologia Pluridimensional Contemporânea, considerando os seguintes aspectos: quatro informantes por localidade, nascidos e criados na mesma cidade; um homem e uma mulher pertencentes à Faixa I dos 18 aos 30 anos; um homem e uma mulher correspondentes à Faixa Etária II dos 50 aos 65 anos; todos com baixa escolaridade. Pautando-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Geolinguística Pluridimensional, analisar-se-á a primeira pergunta do Questionário Semântico-Lexical referente à área semântica da religião e das crenças, com o intuito de documentar a riqueza sinonímica para a variante diabo. A escolha desse campo semântico deve-se, sobretudo, à possibilidade de se revelarem aspectos míticos e folclóricos do imaginário e da cultura popular, bem como as motivações histórico-religiosas evidenciadas através das realizações linguísticas de determinados grupos sociais. Os dados serão submetidos a um tratamento quantitativo, em que se observará a frequência e distribuição das variantes em cada localidade pesquisada e qualitativo através de consultas a diversos dicionários da língua portuguesa e do folclore brasileiro. O estudo poderá demonstrar a diversidade do léxico religioso do português falado no Brasil, sendo de extrema importância para o conhecimento da multidimensionalidade que a língua portuguesa assume nos diversos espaços físicos e socioculturais.
Nome:
Geisa Borges da Costa
Cargo:
Docente