Processo de produção, transmissão e circulação de textos de mulheres negras na Bahia: uma cartografia a partir da década de 80

A prática filológica na contemporaneidade é agente no resgate e na (re)construção de textos que não integram ou não integraram um lugar privilegiado dentro de um constructo social. Sendo assim, investigação filológica neste projeto se dá no âmbito do processo de produção, transmissão e circulação de textos literários escritos por mulheres negras periféricas e/ou em situação de vulnerabilidade econômica durante as duas últimas décadas do século XX, na Bahia. Pretende-se verificar como mulheres que estão fora do mercado editorial na Bahia produzem sua subjetividade através da escrita literária e como e se essa produção chega até os leitores. Pautando-se, inicialmente, na periferia editorial da cidade de Salvador, faremos um levantamento de nichos editoriais, de trabalho de resistência ao fechamento das grandes editoras, a fim de apresentar um panorama do mercado paralelo, das práticas editoriais dissidentes. Uma vez feita essa cartografia da produção de escritoras negras dentro do mercado editorial na Bahia, parte-se para a segunda etapa do estudo que é interrogar por quais caminhos a filologia deverá percorrer para chegar à escola básica, realizando uma de suas “funções”: oferecer textos fidedignos aos alunos e oferecer perspectivas que viabilizem uma leitura ética, não silenciadora e, necessariamente contra-hegemônica, através da inserção desses textos nas aulas de português da educação básica. A pertinência desse estudo se justifica dada à invisibilidade da produção de mulheres negras periféricas no cenário da literatura, no que tange ao mercado de impressos, principalmente na Bahia. Espera-se que ao final da pesquisa tenha-se contribuído para a diminuição da invisibilidade e do silenciamento que abatem a produção de escritoras negras na Bahia.

Área Temática: 
Educação
Orientador(a) do Projeto: 
Nome: 
Rosines de Jesus Duarte
Cargo: 
Docente