Quando se pensa em saúde quilombola, logo, a Saúde da População Negra nos deparamos com um cenário de descaso e negligência na aplicabilidade dos programas e políticas asseguradas pelo Ministério da Saúde. Confirmando a situação de vulnerabilidade social, Brasil (2011) afirma que a população negra, a qual inclui a quilombola (rural, urbana, ribeirinhas ou praianas), ainda apresenta altas taxas de morbimortalidade quando comparadas com as taxas da população em geral. Embora a ilha seja geograficamente parte do município de Salvador, há um sentimento de não pertencimento e abandono do poder público por parte da população moradora, dada a ausência de serviços básicos como água potável, esgotamento sanitário e coleta regular de lixo. Com uma população de mais de seis mil habitantes, distribuídos em pequenas comunidades, os moradores da ilha não contam com serviços de emergência e os trabalhadores da única unidade básica do local enfrentam diariamente os obstáculos geográficos da ilha, cuja locomoção interna se dá apenas pelo mar. Esta pesquisa permitirá compreender melhor a experiência de adoecimento, bem como as barreiras e limitações ?impostas? pelo contexto social e pelo sistema de saúde para o acesso ao cuidado. Especialmente considerando as especificidades das comunidades quilombolas, o difícil acesso geográfico ao continente e por consequência aos serviços especializados e de urgência/emergência, considerando ainda o perfil sócio-demográfico da população de Ilha de Maré, faz-se necessário investigar de que forma esses fatores interagem nas condições de saúde dos moradores. O principal objetivo é analisar a vulnerabilidade social em comunidades quilombolas de Ilha de Maré e o impacto nas condições de vida e saúde dos moradores, bem como as barreiras de acesso aos serviços de saúde. Trata-se, portanto, de um estudo de natureza qualitativa, descritiva e exploratória, que terá como lócus de estudo três comunidades quilombolas de Ilha de Maré, no município de Salvador-Ba.
Nome:
Clarice Santos Mota
Cargo:
Docente