Apropriação de mídias digitais. Um Olhar de gênero

Ano de Início: 
2016
Resumo: 

Esta investigação problematiza as experiências das pessoas nas suas aproximações a internet, com um olhar sensível às questões de gênero, raça e idade, tema sobre o qual venho trabalhando, tanto em pesquisa como em extensão universitária, a través do grupo Gig@ (Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura). O objetivo geral do projeto visa compreender as especificidades dos processos de apropriação das tecnologias da informação e comunicação (TIC) por parte de mulheres de setores populares, através da análise dos usos da internet. O projeto envolve mulheres jóvens de setores populares, cuja aproximação a internet se da preferencialmente mediante os celulares. Através de um dispositivo teórico-metodológico de cunho antropológico, baseado numa aproximação de tipo etnográfica, biográfica e audiovisual às trajetórias e experiências dessas mulheres pretendo compreender em detalhe os processos específicos de apropriação social de tecnologia (NEUMAN, 2008, 2008a), os usos sociais da tecnologia (PROULX, 2005; PERRIAULT, 2010), apreender a dinâmica da apropriação tecno-mediática (MORALES e LOYOLA, 2013, MORALES, 2013), enfocando no uso do celular conectado em rede (smartphones) para compreender a complexa trama de experiências, saberes, imaginários e práticas que colaboram na atribuição de sentido às interações em redes virtuais e suas conseqüências em termos de empoderamento desse grupo. A aproximação empírica será realizada mediante oficinas teórico-práticas que versam sobre os usos do celular, a partir de uma perspectiva dos cuidados digitais. Entendemos que as relações das pessoas com os dispositivos tecnológicos e as redes virtuais são afetadas não apenas pela sua posição de classe mas também em função da sua condição generizada, isto é, pela mediação de estereótipos e culturas - que interseccionam com a raça, a idade e outros marcadores sociais - que supõem competências, habilidades, predisposições e atitudes diferentes, de acordo com os arranjos heteropatricarcais vigentes. Pretende-se explicitar em quais condições sócio-históricas e através de quais estratégias, o gênero- em intersecção com a raça e a idade - opera neste jogo de apropriações, adaptações, reprodução, negociação, uso e resistências que se dão nos processos de apropriação tecnológica. Por competências tecnológicas nos referimos não ao uso adequado de tecnologias, senão à capacidade de apreensão, compreensão e expressão a traves do uso analítico, produtivo e criativo das TIC digitais (LARA, 2008). Pretendemos contribuir à elucidação dos processos e dinâmicas de inclusão/exclusão digital. Espera-se obter um conjunto seriado de vídeos como forma de sistematização e memória e também como um produto cuja divulgação contribua para argumentar sobre as relações objetivas e subjetivas das mulheres com internet. O trabalho de campo prevê a realização de, pelo menos, cinco oficinas que versam sobre cuidados digitais, onde as participantes poderão expressar usos, relatar experiências, dificuldades, problemas, fantasias e medos à vez que poderão se apropriar de ferramentas de prevenção das violências digitais. Apoio Financeiro da Fapesb. Chamada: Edital N.005/2015 Universal, projeto n.9773/2015

Unidade de vínculo do(a) Coordenador(a)/Pesquisa: 
Coordenador(a): 
Leonor Graciela Natansohn
Quantidade de Integrantes: 
2
Instituições Financiadoras: 
FAPESB - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia