As cidades brasileiras, assim como as de outros países da América Latina, caracterizam-se pela existência de muitas áreas ocupadas por assentamentos ditos "informais" ou "populares", nos quais as edificações e demais elementos do assentamento são resultado de processos de ocupação, concepção e construção completamente autogeridos pelos habitantes. No Brasil, há uma extensa bibliografia sobre o tema, cujo foco, de uma maneira geral, recai sobre os processos de ocupação dessas áreas, suas carências e sobre as políticas e programas de reurbanização desses setores e de melhoria das unidades habitacionais. Poucas vezes, contudo, esses assentamentos foram estudados em si mesmos numa perspectiva de que possam ter algo a ensinar ao circuito formal da arquitetura, do urbanismo e do planejamento urbano. Em outras palavras, não somente a partir da constatação de que precisam ser mudados e melhorados, mas as partir das lições de arquitetura, urbanismo e autogestão que também contêm. São exemplos desse tipo de abordagem os estudos de John Turner sobre as barriadas do Peru e de Carlos Nelson Ferreira dos Santos sobre favelas cariocas. O objetivo principal desse projeto foi dar continuidade à alimentação e à ampliação do Guia de Fontes sobre Arquitetura Popular (banco de dados on line, disponível no site www.arqpop.arq.ufba.br), desta vez com foco nos estudos, documento e obras brasileiros e latino-americanos que tratam do tema da arquitetura e do assentamento popular em meio urbano no sentido acima assinalado. Outro objetivo foi levantar subsídios que foram incorporados, em 2018, à disciplina Arquitetura Popular, ofertada como Tópico Especial no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFBA, que vem sendo ofertada desde 2015.