A idéia de ciência como um constructo teórico, tendo como características a isenção e o distanciamento do sujeito pesquisador em relação ao objeto investigado tem sido frequentemente questionada na Universidade, principalmente na área de Ciências Humanas e agora também pelos estudos de Linguística Aplicada e na área dos Letramentos. Em tal contexto, se apresenta a pesquisa intitulada "Narrativas de si e memoriais de formação produzidos por professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental". É preciso informar que esta discussão foi motivada pela imersão e vivência em um Curso de Pós-graduação (Mestrado Profissional em Letras- PROFLETRAS) que problematiza a questão do ser professor de Língua Portuguesa da Educação Básica e (problematiza) também a aproximação do objeto ao se optar pelo uso da primeira pessoa do singular em suas dissertações de Mestrado. Aliada à tal discussão, problematiza-se também o gênero textual que pode se configurar em um memorial de formação. Este, por sua vez, traz para si a reflexividade, conceito que traduz a reflexão sobre si (no caso, o(a) professor(a) de Língua Portuguesa da rede pública particularmente da Bahia), discussão amadurecida na área da Educação como revela a bibliografia utilizada (PASSEGI, DELORY-MOMBERGER, SOUZA) e ainda por ser realizada na área de Letras, principalmente na perspectiva linguística. Como continuidade de pesquisa iniciada em 2016, como Pós-Doutoramento realizado sob a supervisão do professor Elizeu Clementino de Souza (PPGEDUC UNEB), tem-se aqui desdobramento de tema tão relevante haja vista a necessidade de maiores conquistas no campo da formação de professores de Língua Portuguesa. Tendo já consolidado a investigação sobre os letramentos vividos e representados pelos(as) professores (ras) nos memoriais de formação do PROFLETRAS UFBa, passo agora para o desdobramento dela, apresentando aspectos ainda não estudados, a saber, a reflexividade, os letramentos na escola assim como os espaços escolares e seus significados.