A Independência da Bahia constitui um evento que adquiriu significância na história política do Estado da Bahia e do país. E vários estudos demonstram o projeto de nação que ali se estabeleceu quanto ao advento de rearranjo político de novas elites baianas. Por outro lado, evidencia-se, desde o ano de 1824, a institucionalização de um evento, o Dois de Julho, capaz de demonstrar a liturgia de um rito: a comemoração anual da vitória das tropas brasileiras sobre o "jugo português", pelas ruas do centro histórico, formalmente organizada por instituições oficiais da Prefeitura Municipal de Salvador, Governo Estadual,Câmara de Vereadores e o Instituto Geográfico e Histórico. A efeméride do Dois de Julho está além de uma comemoração formal e oficial, posto que desde os primeiros anos da sua criação a participação popular encontra ecos no cortejo oficial e paralelamente em espaços que se espraiam pela cidade. O Dois de Julho pode ser visto como um evento de caráter múltiplo, pois se estende até em terreiros de candomblé, já que há terreiros que fazem festas para os "verdadeiros donos da terra" - os caboclos. Estruturas sociais e políticas ali se reproduzem no espaço público, assim como leituras políticas do evento se reproduzem anualmente nos espaços sagrados de terreiros de candomblé. O objetivo desse projeto é aprofundar uma temática que foi investigada de modo pontual por alguns pesquisadores nas áreas de história e antropologia com o intuito de possibilitar uma reflexão teórica metodológica capaz de exercitar uma necessária interdisciplinaridade. Desse modo, história e antropologia podem convergir na análise de um significativo fenômeno exclusivamente local.
Portal Dois de Julho: por uma abordagem interdisciplinar da Independência da Bahia
Ano de Início:
2017
Resumo:
Unidade de vínculo do(a) Coordenador(a)/Pesquisa:
Coordenador(a):
Jocélio Teles dos Santos
Quantidade de Integrantes:
4
Instituições Financiadoras:
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico