O presente projeto busca compreender a elaboração, difusão e bloqueio da ideia de reforma urbana no Brasil da década de 1960, conceito que pauta diferentes setores sociais e políticos comprometidos com a construção de uma cidade mais democrática e justa. Na buliçosa conjuntura dos anos 50 e 60 no Brasil, ao assumir a cidade um protagonismo socioespacial na organização territorial e estratégia política do país, explicita-se uma aliança formada entre diversos campos políticos, profissionais e de conhecimento, no qual os arquitetos terão presença significativa, insinuando o que poderíamos chamar de construção de um campo da reforma urbana no país. Embora nas áreas de arquitetura, urbanismo e planejamento urbano alguns artigos já tenham se debruçado sobre algumas expressões dessa temática e com elas contribuído ? particularmente relacionadas à realização do Seminário do Quitandinha (1963) ?, trata-se aqui de problematizar a ideia ampla da reforma urbana enquanto um campo que articula diversas tradições de pensamento, temporalidades distintas de ação e de experiência e sujeitos sociais de diferentes horizontes. Os anos 1960 aparecem como expressão prolífica dessa conjunção em torno de um tema e de um campo.