A pesquisa em curso aborda negócios políticos e acordos pessoais constituídos entre Teodoro Sampaio e a importante família Costa Pinto, grande proprietária de terras no mais pujante centro escravista do Brasil oitocentista, o Recôncavo baiano. O engenheiro Teodoro Sampaio (1855-1937), filho de mãe escrava, nasceu no engenho Aramaré, pertencente a Antonio da Costa Pinto. Os vínculos estabelecidos entre eles foram extensos e delicados. Entre 1870 e 1888, Teodoro Sampaio negociou com os Costa Pinto desde a alforria de seus três irmãos a contratos de trabalho para a expansão da malha ferroviária, estabeleceu relações de compadrio e vínculos que os projetaram nas rodas da política partidária na Bahia e em São Paulo. Sempre distante das tribunas abolicionistas, o trânsito de Teodoro Sampaio no contexto de desmonte do escravismo nos dá a oportunidade de perceber como um ?homem de cor?, constituído num dos mais tradicionais redutos escravistas nas Américas, interpretou a gramática política própria ao desmonte do escravismo e construiu vínculos que o forjaram como sujeito no pós-abolição. As fontes utilizadas são correspondências pessoais, textos autobiográficos, testamentos, correspondência policial, inventários e crônicas jornalísticas.