Filosofia (PRP)

Objetivos: 

 

Este subprojeto  entende  que,  mais  do  que  nunca,  a  formação  docente  em  filosofia  precisa  instituir uma práxis pedagógica  que, efetivamente, possa  recuperar as perdas históricas e  inovar os  métodos  de  aprendizagem  da  filosofia  nas  escolas  públicas.  É  um grande desafio superar o retrocesso que a formação educacional  das humanidades sofreu quando, pela implantação da lei  5.692 de Diretrizes  e  Bases,  em  1971,  a  Filosofia  e  a  Sociologia  foram  substituídas  pelas  disciplinas  EMC  (Educação Moral e Cívica)  e OSPB (Organização Social  e Política do Brasil); no momento histórico atual , a retirada das disciplinas de Filosofia e Sociologia como componentes obrigatórios do currículo escolar faz novamente a educação brasileira retroceder.

 

A participação da Filosofia no projeto institucional da Residência Pedagógica nos parece  extremamente  propícia,  pois, de um lado, o  campo  de  trabalho  dos  licenciados nessa área será necessariamente ampliado; e, de outro lado, a carência, já existente, de profissionais especificamente formados na área, atingirá índices preocupantes.  O ensino e o aprendizado de filosofia no Brasil precisa ser cultivado, ampliado e melhorado, e a boa formação de  profissionais  na  área  pode  vir  a  cumprir  um  papel   importante  na  elaboração  de  planos  de  ações  pedagógicas interdisciplinares, tão valorizadas em nossos dias. Por outro lado, é também um desafio enfrentar o abismo entre o grande aumento de massa crítica sofisticada, de publicações e de eventos na área da  filosofia universitária  (que assistimos,  com  satisfação, no que concerne  especificamente  à  UFBA),  e  a  prática  pedagógica,  ainda  altamente  difundida,  do  ensino  de  Filosofia,  pela  mera  repetição automática  de  manuais  superados.

 

Trata-se de conceber a atividade  docente  da  filosofia  como  uma  “Oficina  de  Conceitos”,  isto  é, como uma prática de manipulação e uso de conceitos clássicos já existentes, mas, para usar o conceito famoso de Gilles Deleuze, também como um instigar para a construção de novos conceitos, conforme se chegue a novas formulações de problemas (antigos ou  novos)  acerca  da  racional idade  humana. A Filosofia  auxilia  a  entender  obras  de  pensamento  e  obras  de  arte;  ela  pode  investigar a  racionalidade  das  ações  humanas  e  seus  valores  éticos  e  políticos,  dentro  de  situações  concretas  vividas;  e  pode  ser  muito  útil nos debates epistemológicos em torno das ciências e, sobretudo, na consciência dos limites lógicos e éticos de suas aplicações.

 

O ensino  de  Filosofia  deve  se  pautar  pela  investigação  dos  conceitos  e  dos  problemas  filosóficos  concernentes  à  racionalidade humana,  mas  essa  investigação  só  tem  sentido  na  medida  em  que  puder  propiciar  ao  aluno  a  capacidade  de  formular,  por  ele mesmo,  esses  conceitos  e  esses  problemas,  a  partir  de  suas  experiências  e  leituras.  Quer adote uma  postura  teórica  sistemática, quer  adote  uma  postura  mais  histórica,  o  professor  de  Filosofia  nunca  deve  tomar  um  conceito  filosófico  como  algo  pronto  e acabado: mesmo que se parta de uma definição dada por um filósofo ou obra específica, outros aspectos, propriedades ou funções dos conceitos em questão deverão poder ser encontrados, em sua aplicação a situações concretas e determinadas. A oferta desta instrumentalização, de ordem intelectual, tem por fim a instauração de um espírito crítico.

 

O residente deve ser capaz de justificar, a partir  de  critérios,  sejam  eles  éticos,  epistêmicos  ou  estéticos,  suas  ações  no  mundo;  ou  ainda,  é  necessário  e  urgente,  em  nossa sociedade,  a  instrução  que  auxilia na reflexão  que  demonstra  o  porquê  de  uma  ação  ser  preferida  em  detrimento  de  outra.  Desse modo, o que aparece  em  um  primeiro  momento  como  um  elemento  puramente  intelectual   tem  seu  reflexo  na  ordem  diária  da  vida em comunidade. O âmbito da ação e o da intelecção, quando pensados de modo justificados, não se separam.

 

Docente(s) Orientador(es): 
Gislene Vale dos Santos
Escola(s): 
Colégio Estadual Deputado Manoel Novaes
Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas
Colégio Estadual Odorico Tavares
Preceptor(es): 
Antônio Santos Costa
Carlos Magno Pessoa
João Belmiro Cedraz Lopes
Etapa(s) do ensino: 

• Ensino Médio - 2ª Série • Ensino Médio - 3ª Série • Curso Técnico Integrado (Ensino Médio Integrado) 2ª Série • Curso Técnico Integrado (Ensino Médio Integrado) 3ª Série • Curso Técnico Integrado (Ensino Médio Integrado) 1ª Série • Curso Técnico Integrado (Ensino Médio Integrado) 4ª Série • EJA - Ensino Médio • Curso Técnico Integrado na Modalidade EJA (EJA integrada à Educação Profissional de Nível Médio) • Ensino Médio - 1ª Série

Número de Bolsistas UFBA: 
24
Curso(s) UFBA: