Língua Portuguesa (PRP)

O subprojeto  em  Língua  Portuguesa  priorizará  o  aprimoramento  da  formação  de  licenciandos  enquanto  pesquisadores  de  sua prática, com o intuito de melhor prepará-los para a tarefa de formar leitores e autores críticos e autônomos, capazes de interagir com e de produzir  textos  escritos,  orais  e  multissemióticos  que  dialoguem  com  discursos  que  circulam  pela  sociedade  brasileira contemporânea  acerca  de  questões  étnico-raciais,  sociais,  de  gênero  e  sexual idades.  Leitores  e  autores,  enfim,  aptos  a  se relacionarem  ativamente  com  as  práticas  de  linguagem  e  produções  de  acordo  com  os  contextos  de  uso  da  língua,  conforme sugere  a  Base  Nacional   Curricular  Comum,  ao  indicar  que  cabe  a  Língua  Portuguesa  “proporcionar  aos  estudantes  experiências que  contribuam  para  a  ampliação  dos  letramentos,  de  forma  a  possibilitar  a  participação  significativa  e  crítica  nas  diversas  práticas sociais  permeadas/constituídas  pela  oralidade,  pela  escrita  e  por  outras  linguagens”  (BNCC,  2017,  p.  65-66).

Nessa  perspectiva, este  subprojeto, focará  as  práticas  relacionadas  à  formação  em  leitura  e  escrita,  críticas  e  autônomas,  objetivando,  da  parte  dos graduandos,  o  desenvolvimento  de  saberes  ligados  à  práxis  e  ao  cotidiano  escolar,  levando-os  a  compreender  o  contexto  de atuação  profissional   e  a  iniciar  um  processo  de  construção  da  sua   identidade  docente.  Pretende-se, ainda, que  os  bolsistas desenvolvam um fazer docente pautado na ética, no respeito a diversidade e na consciência política requeridas por qualquer prática pedagógica.  Com  isso,  espera-se  construir  um  campo  em  que  seja  possível   a  reflexão  teórica  dos  conhecimentos  acadêmicos, orientada  pelos  conhecimentos  práticos  vinculados  ao  contexto  de  ensino  da  leitura  e  da  escrita.  Tal   proposta  desenha,  nesse sentido,  um  movimento  cíclico  que  funde  teoria  e  prática.

No  que  tange  à  parceria  com  a  escola,  o  subprojeto  visa  ao desenvolvimento de ações que auxiliem professores e demais funcionários na efetivação de suas práticas habituais de formação de leitores e escritores,  bem  como  a  edificação  de  novas  metodologias  visando  à  excelência  na  formação  dos  alunos  (graduandos  e demais estudantes da Educação Básica da escola). Para tanto, serão realizadas, entre outras ações, “Oficinas de leitura e produção de  textos  escritos,  orais  e  multissemióticos”,  nas  quais  os  focos  centrais  serão  o  fomento:  das  reflexões  acerca  dos  usos  das práticas  de  linguagem  e  produções  de  acordo  com  os  contextos  sociais,  bem  como  das  discussões  sobre  questões  étnico-raciais, sociais,  de  gênero  e  sexual idades  que  podem  ser  flagradas  em  discursos  que  circulam  pela  sociedade  brasileira  contemporânea.

Ainda  no  que  concerne  ao  diálogo  com  a  escola,  entende-se,  sob  a  ótica  de  Paulo  Freire,  que  a  formação  dos  professores  se  faz coletivamente  através  da  ação/reflexão  sobre  a  prática,  o  que  implica,  ao  mesmo  tempo,  uma  teorização  informada  pela práxis e o desenvolvimento de uma prática consistentemente alicerçada em reflexões sobre as teorias que envolvem o fazer docente (no caso da formação em Letras, englobam-se as teorias  linguísticas, textuais, literárias, didáticas e os saberes práticos - sociais e culturais).

Ressalta-se  que  as  escolas  parceiras  não  serão  meros  receptáculos  dos  fazeres  organizados  pela  academia,  mas  co-partícipes neste  subprojeto,  que  dispõe-se  à  constituição  de  comunidades  de  aprendizagem,  na  perspectiva  de  bel l   hoocks,  e  de  afetos  (de indivíduos  que  se  afetam  mutualmente  e,  desse  modo,  se  constituem  e  reconstituem  enquanto  cidadãos  dialógicos,  éticos  e políticos).  Comunidades  compostas  pela  orientadora,  pelos  professores  de  Português  (preceptores),  pelos  graduandos  bolsistas (residentes), pelos alunos dos colégios, pelos gestores e funcionários das escolas e pelos grupos sociais nos quais estão inseridas as unidades escolares, todos co-responsáveis pela autoformação e formação uns dos outros.