Irê Ayo: uma epistemologia afro-brasileira

Resumo: 

A partir da educação e do estudo da cultura brasileira, Vanda Machado reencontra as raízes de sua identidade negra e revela nesse livro suas vivências com as crianças do axé. Conforme traduz o título, a obra destaca a lógica diaspórica, afro-brasileira, em contraposição à epistemologia colonizadora. Afinal, ela articula essa concepção de conhecimento com as políticas educacionais relativa à Lei nº 10.639/2003, que trata da obrigatoriedade de inclusão da cultura afro-brasileira nos currículos escolares, com a noção de cosmovisão, dos fenômenos do Aiyê e do Orun como fundamento ancestral. A autora, na prática com as crianças, partindo do princípio de que a educação é uma organização viva, demonstra implicações importantes do sujeito na sua condição de pertença. Contudo, por que a escola se mantém ainda rotineira, mantendo a epistemologia dominante? É a partir desse questionamento que antes de 1985 o livro se mostra como uma epistemologia a afro-brasileira iniciada na Escola Joana D’Arc no subúrbio Ferroviário de Paripe.

Autor(a) (es/as): 
Vanda Machado