Ações afirmativas e equidade formativa na Universidade Federal da Bahia: um estudo sobre ações gestoras no ensino, na pesquisa e na extensão

A presente tese tem por objetivos analisar a relação entre equidade e as ações gestoras desenvolvidas pela UFBA no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, considerando-se a existência de alunos cotistas e não-cotistas nesta IFES e identificar o grau de equidade na participação de alunos cotistas e não-cotistas no ensino, na pesquisa e na extensão, considerando os cursos de maior e menor exigência quanto a nota de corte para ingresso na Universidade. As discussões e análises de dados foram norteadas pelo pressuposto teórico de que há relação entre as ações gestoras promovidas na Universidade para a efetivação da equidade formativa no trinômio universitário e os graus de equidade entre os estudantes cotistas e não-cotistas na participação no ensino, na pesquisa e na extensão universitária partir das ações afirmativas existentes na UFBA. A fundamentação teórica situou-se em torno da função social da universidade, políticas de ações afirmativas, igualdade formal, igualdade substancial e/ou material, equidade e justiça social, além de ações gestoras para o ensino, para a pesquisa e para a extensão universitária. Utilizou-se o estudo de caso na perspectiva da pesquisa qualitativa e também quantitativa. As técnicas e procedimentos utilizados foram pesquisa bibliográfica e documental, entrevista semiestruturada e questionários online. Os sujeitos da pesquisa foram os gestores da Administração Central e das Unidades Universitárias definidas na amostra; e estudantes dos cursos de maior e menor exigência em relação a nota de corte do SISU 2014 para ingresso na Universidade, nas áreas I, II, III e IV. A pesquisa indica que todos os gestores entrevistados são favoráveis as políticas de ações afirmativas na Universidade, mas os indicadores de equidade formativa apontam que a equidade formativa no trinômio universitário ainda não é uma realidade. Para que estas se efetivem, elas dependem de ações gestoras amplas, coordenadas e cooperadas entre os órgãos da Administração Central e as Unidades universitárias na perspectiva da igualdade de oportunidades substancial e/ou material. Sem a inclusão efetiva do princípio ético da equidade social no âmbito das atividades acadêmicas desenvolvidas na Universidade, a equidade formativa não passará de utopia assim como a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.