Práticas artísticas estabelecem-se como campos de relações em que processos de invisibilização podem se instaurar nas tentativas de homogeneização das singularidades. A perspectiva dos acordos temporários é apresentada enquanto possibilidade na improvisação em dança como potência que aguça os sentidos para as diferenças, constituindo visibilidades. Os discursos de amenização – tais como a absolutização e a negação – restringem as diferenças no campo das relações. Combater discursos totalizantes e estereotipizantes é um ato necessário para que se apontem caminhos para um fazer em arte mais contextualizado e engajado com o presente. É necessário, portanto, que se abram brechas nesse tempo, para que sejam expandidas as danças que se fazem agora, para que sejam escancaradas as diferenças, para que se desvelem as histórias de opressão e de colonização e para que, desse desvelamento, constituam-se lugares de expansão de outras histórias e de outras danças.