A presente pesquisa performativo-reflexiva se propõe a investigar as implicações epistemológicas e poéticas do brincar enquanto conceito para performance digital. A metodologia de trabalho utilizada envolve o entrelaçamento da prática artística com a reflexão acadêmica, buscando um diálogo com a produção contemporânea na área. O aporte teórico da argumentação tem como trama conceitual o conceito de estado de invenção de Hélio Oiticica; os estudos da performance de Richard Schechner e Bruce McConachie; o entendimento de performance digital de Steve Dixon, e o conceito de play proposto por Victor Turner, Donald Winnicott e Miguel Sicart. Enquanto estratégia de composição em performance, foi utilizado o programa performativo de Eleonora Fabião e o conceito de comportamento restaurado de Richard Schechner. Para defender o conceito de brincar enquanto tradução mais abrangente para o conceito de play, esta investigação faz uma análise comparativa da bibliografia selecionada, bem como da etimologia e história do vocábulo. Busca-se, finalmente, redimensionar as relações entre artista, obra e público ao dar relevância ao brincar enquanto espisteme e práxis, bem como enquanto conceito estético e poético para análise e composição em performance digital, tendo como princípios-chave a abertura da obra, o público enquanto participador, a centralidade da ação e do corpo, e o declanchar de estados de invenção compartilhados.