A difícil instalação da República na Bahia durante toda a primeira fase de vigência do novo sistema político (1889-1930) era a principal evidência de que, por estas terras, existia um tipo de ator social extremamente arraigado aos elementos da velha tradição política. Eram aqueles sujeitos que, ao longo da história da formação local, forjaram um tipo de status e papel, tendo nas investiduras do poder a longevidade e garantia do prestígio e dos privilégios de classe em favor dos grupos dominantes da terra. Entretanto, o fim da escravidão e a vigência dos princípios do republicanismo liberal impuseram àqueles velhos potentados uma nova condição de lugar que passaria pela completa reestruturação material e sociopolítica do Estado. É a partir daí que este trabalho buscou descrever e analisar a dinâmica que permitiu a construção de uma modernidade conservadora embasada nos princípios da ciência à época, especialmente dos discursos higienistas produzidos pelos médicos, a legitimação ideológica necessária à constituição de uma biopolítica de controle sobre a sociedade local, com o objetivo de reinserir todos, ricos e pobres, brancos, negros e mestiços, nos espaços sociais da cidade da Bahia, através de um conjunto de ações de Estado no âmbito da saúde e do urbanismo que visavam a construção de sociabilidades marcadas pelos sentidos da convivência depurada entre 1912 e 1924, período que a Bahia e sua cidade sofriam as influências do dirigismo político seabrista.
J. J. Seabra e o higienismo à la carte: um estudo descritivo e analítico sobre as relações que forjaram a construção da modernidade conservadora baiana (1912-1924)
Tese
Resumo:
Unidade:
Programa de Pós-Graduação:
Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC)
Nome do(a) Aluno(a):
Silva, Carlos Ailton da Conceição
Orientador(a) (es/as):
Arteaga, Juan Manuel Sánchez
Pinto, Fernanda Rebelo