Trocas de peles no Atiba-Geo: proposições decoloniais e afro-brasileiras na invenção do corpo-território docente

Tese
Resumo: 
Transitar pela presente tese de doutoramento em Educação é um convite para dialogar sobre a perspectiva do corpo-território e os seus desdobramentos no campo da formação docente, tendo como problemática de pesquisa: Como se desenha os corpos-territórios dos discentes de Estágio Supervisionado em Geografia – FACED/UFBA a partir da formação docente com os valores civilizatórios afro-brasileiros? O objetivo geral: investigar de que forma se desenha os corpos-territórios dos discentes de Estágio Supervisionado em Geografia – FACED/UFBA a partir da formação docente inicial com ênfase nos valores civilizatórios afro-brasileiros. Os objetivos específicos: a) Conhecer a trajetória dos discentes do Estágio Supervisionado em Geografia – UFBA/FACED para entender o processo da construção docente e o olhar sobre a Educação Geográfica; b) Analisar os documentos oficiais da Licenciatura em Geografia – FACED/UFBA tendo em vista a implementação da Lei 10.639/03 no Estágio Supervisionado; c) Identificar os possíveis problemas/barreiras para a implementação da Lei 10.639/03 segundo a experiência corporal dos discentes durante o componente curricular Estágio Supervisionado em Geografia – FACED/UFBA. Para tal, inicio a tessitura da tese provocando a invenção do corpo-território. Em seguida, apresento que a produção textual está dividida em Peles, as quais foram sistematizadas a partir da discussão sobre a Filosofia de Oxumaré. Na PELE I, busca-se expor a construção do meu próprio corpo-território ao passo de que se evidencia como as experiências e espaços por onde transitei e transito contribuíram para alcançar a compreensão do corpo-território-decolonial. Na PELE II, apresenta-se a perspectiva artística e filosófica da Sociopoética e por qual motivo escolhemos esta metodologia para possibilitar a produção das narrativas desta tese. Na PELE III, aparece o projeto formativo intitulado Atiba-Geo, bem como as estratégias utilizadas para criar os confetos apontados pela Sociopoética. Com isso, amparado no dispositivo artístico elucidamos a nossa compreensão sobre a proposta intitulada Exunêutica do Desenho Singular e de que forma esta técnica de produção de dados pode trazer outros olhares e perspectivas de pesquisa para dentro da Universidade, o que repercutiu na Cartografia do Desenho Singular subdividida em três momentos respaldados na epistemologia do desenho africano. Na PELE IV, tivemos a necessidade de analisar os documentos oficiais da UFBA no que tange a formação dos professores e professoras da Licenciatura em Geografia. Buscamos verificar de que forma a Lei 10.639/03 aparece no currículo e nas ementas. Na PELE V, construímos uma técnica de produção de narrativas, mas uma vez amparada na Exunêutica do Desenho Singular, para identificar quais as barreiras encontradas pelos copesquisadores na implementação da Lei 10.639/03 no espaço escolar. Na PELE VI, realizamos o que a Sociopoética demarca de contra-análise. Este momento aponta como se deu o caminhar pelo Atiba-Geo e como o corpo-território de cada copesquisador assimilou as abordagens teóricas e experienciais. Na PELE VII, apresento algumas (in)conclusões e trago tipologias utilizadas ao longo da tese, tais como: corpo-território-contra-hegemônico; corpo-território-contraste; corpo-território-docente; corpo-território-decolonial; corpo-território-epistêmico; corpo-território-subalterno; corpo-território-sinestésico; corpo-território-anestesiado. Construir cada linha desta tese de doutoramento em Educação significou um ato de desterritorialização do nosso corpo-território para em seguida perspectiva uma reterritorialização que aponte caminhos fecundos para a Educação Geográfica que tenha a sua produção por e a partir das epistemologias dos povos africanos e afro-brasileiros. Destarte, buscou atender as discussões pautadas na Educação Decolonial (MIGNOLO, 2003; WALSH, 2007; MALDONADO-TORRES, 2016; BOAVENTURA SANTOS, 2002; QUIJANO, 2010), Corpo (OLIVEIRA, 2007, SODRÉ, 2005), Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros (TRINDADE, 2006; MACHADO, 2013), Corpo-território (MIRANDA, 2014; SODRÉ, 2005).
Programa de Pós-Graduação: 
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE)
Nome do(a) Aluno(a): 
Miranda, Eduardo Oliveira
Orientador(a) (es/as): 
Silva, Maria Cecília de Paula