Lia Robatto

Título Honorífico: 
Medalha Reitor Edgard Santos
Unidade Proponente: 
Ano: 
2006
Data da Aprovação: 
26/06/2006
Reitorado: 
Naomar de Almeida Filho
Biografia: 

 

Lia Robatto

(Nasceu em São Paulo, no dia 16 de janeiro de 1940) 

 

Lia de Carvalho Robatto é diretora, coreógrafa, dançarina e professora. Filha da professora e artista plástica Hebe Carvalho e do poeta concretista Pedro Xisto. Em 1949, estuda balé clássico na Escola Municipal de Bailados de São Paulo e na Academia de Ballet Alina Biernarka. Em 1952, tem aulas de dança expressiva com a polonesa Yanka Rudzka na Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Atua até 1956 como solista das produções de Rudzka. Nesse período, faz aulas de dança com Maria Duschenes (1922) e cursos de percepção musical com Hans Joachim Koellreutter (1915 - 2005), em 1952, na Spam. Em 1957, viaja a Salvador a convite Rudzka para atuar por três meses na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA), primeiro curso superior de dança do país, fundado pela coreógrafa. Nessa universidade, integra o Conjunto de Dança Contemporânea e depois inicia graduação em dança, período em que trabalha como assistente de Rudzka e promovendo aulas em cursos livres para crianças. E1961, casa-se com o fotógrafo e arquiteto Silvio Robatto.  Em 1962, gradua-se como dançarina e, em 1963, como professora de dança. Ministra aulas entre 1957 e 1966 na UFBA. 

 

Entre 1960 e 1964, suas primeiras criações são realizadas com alunas da Escola da Dança da universidade. Entre os mais importantes estão Espetáculo Infantil e as coreografias Móbile, Águas Glaucas e Antônio ConselheiroFunda o Grupo Experimental de Dança (GED), com o qual realiza grande parte de sua produção profissional.  Com Amar Amargo (1971), inicia experiências em dança ambiental e comunicação. Em seguida, transfere-se para a Escola de Teatro, onde ficou até 1977, por discordar da condução do diretor Rolf Gelewski (1930 - 1988), e pela necessidade de diferenciar o espaço pedagógico do criativo. Volta posteriormente à Escola de Dança, onde leciona até se aposentar, em 1982. Retoma o GED/UFBA e produz cinco espetáculos entre 1979 a 1981.

 

Também realiza Caminho, em São Paulo, com a participação de dançarinos da nova geração paulista, como Denilto Gomes e Thales Pan Chacon. Com Bolero (1982), coreografado para o Balé da Cidade de São Paulo, recebe três prêmios da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) - melhor coreografia, melhor espetáculo de dança e melhor dançarina.  Dirige e coreografa cerca de 40 espetáculos, encenados por companhias profissionais como o Balé da Cidade de São Paulo, o Balé do Teatro Castro Alves e o Grupo Experimental de Dança.  Em 1983 torna-se diretora do Departamento de Dança da FUNCEB, onde cria uma Escola de Dança. Nos anos seguintes prossegue seu trabalho de implementação de escolas e cursos de dança na Bahia, entre eles a Usina de Dança e Capoeira do Projeto Axé (1998). 

 

Publica, em 1994, Dança em Processo: a Linguagem do Indizível (Edufba) e, em 2001, com Lucia Mascarenhas, Passos da Dança Bahia, em que faz um relato sobre os 50 anos (1950-2000) de dança no estado. Atua também em atividades de dança e educação em instituições como Escola Parque, Escola Técnica Federal da Bahia, Escola de Arte Integrada, Instituto Casa Via Magia. Realiza atividades de curadoria para o Mercado Cultural (Salvador), entre 1999 e 2004, e para o Ateliê de Coreógrafos (Bahia), entre 2003 e 2006. Mesmo radicada em Salvador, retorna diversas vezes a São Paulo, apresentando coreografias fortemente influenciadas pela sua cidade natal, como Caminho, inspirada nos poemas de seu pai, e Bolero (1982).

 

Recebe em 2007 a Ordem do Mérito Cultural.  Em 2009, recebe o título de cidadã de Salvador pela Câmara Municipal por sua trajetória em prol da dança na Bahia. Em 2010, assume a presidência do Conselho Estadual de Cultura da Bahia.  Em 2015, recebe a Comenda 2 de Julho, condecoração estatal concedida pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia.

 

Livros publicados

  • Dança em Processo, a linguagem do indizível - EDUFBA, 1994
  • Passos da Dança (com Lúcia Mascarenhas) - Casa de Jorge Amado, 2002
  • “A Dança como Via Privilegiada de Educação - EDUFBA, 2012

 

Fontes: Wikipédia e Enciclopédia Itaú Cultural  https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa109001/lia-robatto