O projeto consiste em uma experimentação coletiva para dar vida a história de uma ativista política, mulher, preta, lésbica e favelada. Temos como foco produzir uma representação que aproxime as produções estudantis da vida daspessoas que compõem a diversidade desse país. Para isso decidimos utilizar a história recente, composta pelas guerreiras e guerreiros atuais que compõem a luta por uma vida mais justa. Marielle Franco representa a parcela da nossa população mais marginalizada, mas também a parcela da nossa população com maior potencial para representar as lutas sociais porque vivenciou e travou várias dessas batalhas em sua trajetória. Decidimos abordar a história dela não pelas violências sofridas mas pela o afeto que a envolveu, por isso contaremos o romance entre ela e sua esposa Mônica Benício e a luta para a construção da sua família. Esses afetos que cercaram Marielle são a construção da sua resistência. A proposta é emergir experimentações artísticas que dialoguem sobre as circunstâncias sociais, políticas e culturais que estamos passando na contemporaneidade. Essas questões atravessam também a vida dos nossos estudantes que representam a pluralidade do país, mas que não se fecha aos muros da universidade compreendendo que as representações culturais precisam ser populares e acessíveis tanto na execução como na concepção do projeto.Desta forma a experimentação consistirá em uma construção coletiva e plural dessas narrativas históricas. A história de Marielle é carregada de marcadores sociais que tornam sua vida uma fonte de material político para análise críticas. Porém o resgate do teor dramático aproxima a realidade social das personagens com o público. Buscando passar na encenação a intimidade da relação do casal lésbico e como os vínculos emocionais estruturam o enfrentamento aos desafios sociais. Criando assim uma identificação emocional com as personagens, mas também um distanciamento da ação dramática que revela as lutas travadas pela Marielle.