Metodologia

O projeto de pesquisa Mapeamento Cultural da UFBA 2019 – MAPCULT teve por objetivos principais mapear e dar visibilidade à atuação cultural da universidade nas suas mais diversas áreas, demonstrando o potencial desse campo na instituição. Os procedimentos metodológicos foram sendo construídos coletivamente ao longo das cinco etapas da pesquisa que, como em toda investigação, muitas vezes foram desenvolvidas simultaneamente.

 

Em primeiro lugar, buscou-se compreender como a cultura se expressa, se estrutura e se organiza na universidade para, a partir daí, identificar polos aglutinadores de tais configurações. Desde então, a equipe de pesquisa - constituída por professores, alunos e pessoal técnico-administrativo de diversas unidades da UFBA e da UFRB – se organizou em pequenos grupos de trabalho temáticos, de acordo com o domínio de cada membro, de forma a abranger todas as dimensões/eixos do mapeamento. No site, esses polos se conformam em oito grandes campos: Institucional; Sistemas e Organismos Culturais; Graduação; Pós-Graduação; Pesquisa; Extensão; Ações Afirmativas e Assistência Estudantil; e Infraestrutura. Cada um desses campos se desdobra em conjuntos de dados e informações. Além dessa perspectiva transversal, a pesquisa permite o conhecimento da atuação na cultura por parte das Unidades da UFBA, tanto das unidades de ensino e órgãos complementares, como dos órgãos estruturantes e da administração central. Destaca-se que a investigação considerou os três campi da universidade: Camaçari, Salvador e Vitória da Conquista.

 

Logo de início, também foi definido o recorte temporal da pesquisa, circunscrevendo-se ao ano de 2019, sendo uma exceção natural o panorama traçado sobre a contribuição da UFBA para a história cultural da Bahia.

 

O segundo passo, que se constituiu como um dos marcos mais relevantes do processo de construção desta pesquisa, foi o debate em torno do conceito de cultura que seria utilizado como referência por toda a equipe de trabalho. Para além das noções já consagradas, envolvendo arte e patrimônio, a fluidez e dinamicidade do conceito ampliado de cultura desafia a sua operacionalização. Considerando tal complexidade, o coordenador e Prof. Albino Rubim elaborou um texto sobre o assunto (anexado ao final dessa página) e propôs alguns parâmetros para balizar as análises, que deveriam considerar como Cultural aquilo que: (1) implicasse em mudança de valor ou comportamento, envolvendo temas como diversidade, gênero, orientação sexual, combate a estigmas, cidadania, Direitos Humanos etc.; (2) tratasse da relação do território com a identidade de um grupo social; (3) se relacionasse com memória; (4) promovesse a relação da Língua com a cultura; (5) tratasse de pensamentos e reflexões sobre um fenômeno; (6) estivesse relacionado a um criador ou a alguma singularidade; (7) utilizasse a "cultura" como recurso/meio para alcançar fins diversos, inclusive não culturais; (8) se referisse à cultura urbana. Além disso, a equipe definiu e tomou como suporte um conjunto de palavras-chaves relacionadas à cultura, que tiveram como principal referência o Art. 3º da Lei Orgânica da Cultura da Bahia (Lei nº 12.365/2011), acrescidas de outras expressões.(Vide palavras-chaves, em anexo)

 

O terceiro ponto fundamental, ainda na etapa de preparação da pesquisa de campo, foi um mapeamento das fontes de informação, tomando-se como ponto de partida a identificação de dados disponíveis nos sistemas informatizados da UFBA.  Para alguns campos da pesquisa foi identificada a existência de vários sistemas consolidados como: SIGAA para os cursos de pós-graduação; SIAC para os cursos de graduação; SIATEX e GERE para as atividades de extensão; SISPER para o Programa Permanecer; e PERGAMUM para o Sistema de Bibliotecas.  Estas bases de dados foram fundamentais para o trabalho, podendo-se afirmar que o levantamento de alguns conteúdos seria humanamente impossível sem as suas existências, como é o caso dos cursos e disciplinas de graduação. O acesso aos materiais derivados destes sistemas foi feito com a anuência dos dirigentes dos respectivos órgãos gestores e contou com o apoio da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) na sistematização dos dados. No decorrer das outras etapas do processo de investigação, outros sistemas externos à UFBA foram identificados e concedido os seus acessos pelos dirigentes responsáveis, como foi o caso da Plataforma Stela Experta, fundamental para a identificação dos grupos e projetos de pesquisa desenvolvidos em 2019.

 

A etapa da pesquisa de campo foi a mais extensa, definindo-se pelo levantamento de informações, seleção de documentos - como estatutos, regimentos, artigos acadêmicos, livros, planos de cultura -, além da consulta a canais de comunicação, como sites e blogs. Destaca-se que o tratamento de todo esse conjunto de materiais não se deu de maneira uniforme, exigindo procedimentos metodológicos específicos de acordo com as singularidades das áreas pesquisadas. Tais explicações estão disponíveis na apresentação de cada campo, acessado a partir do ícone “+”.

 

Nesta segunda etapa, o desenvolvimento da pesquisa requereu, ainda, entrevistas e a articulação contínua (em alguns casos) com dirigentes, gestores e funcionários de órgãos da universidade, a saber: Vice-Reitoria; Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROGRAD); Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação (PROPG); Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação (PROPCI); Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (PROAE); Pró-Reitoria de Extensão Universitária (PROEXT); Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento (PROPLAN); Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas (PRODEP); Superintendência de Administração Acadêmica (SUPAC); Superintendência de Tecnologia da Informação (STI); Superintendência de Educação a Distância (SEAD); Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (SUMAI); Sistema Universitário de Bibliotecas (SIBI); Editora Universitária (EDUFBA); Assessoria de Comunicação (ASCOM); Assessoria de Assuntos Internacionais (AAI); Assessoria Especial da Reitoria; Coordenação Lugares de Memória. Também foram contactados pontualmente professores e técnicos de algumas unidades de ensino, órgãos complementares e centros especiais, corpos estáveis e grupos residentes. Destaca-se nesse processo as parcerias com a STI, responsável pela elaboração do site da pesquisa, com a Escola de Belas Artes e EDUFBA, que permitiram a produção e premiação da logo do Projeto MAPCULT.

 

Finalizando essa etapa, no final de outubro de 2019, houve a singular oportunidade de compartilhar a estrutura da base de informações do projeto e os resultados alcançados até aquele momento com a comunidade universitária, no Congresso da UFBA 2019.  (Vide Power Point, em anexo).

 

A terceira etapa, da construção do site, envolveu intensamente a equipe do projeto com a alimentação das informações nos diversos campos, exigindo não só o preenchimento dos formulários digitais correspondentes, como também uma análise, checagem e avaliação da consistência dessas informações, a partir de sites das unidades universitárias e outras fontes.  Nesta etapa, o desenho do site sofreu várias modificações, a fim de atender às demandas específicas de disposição das informações em cada subcampo, e sobretudo em busca da oferta à comunidade universitária de um site atrativo, com ótimas condições de navegação.

 

Vale ressaltar alguns entraves e desafios enfrentados pela equipe de trabalho, sobretudo nesta etapa da pesquisa, tais como a dispersão e ausência de dados sobre a área cultural; a desatualização de informações em sistemas e sites da universidade; e, especialmente, as dificuldades derivadas da pandemia da Covid-19, que refletiram profundamente no seu cronograma de publicação.

 

A quarta e a quinta etapas referem-se à disponibilização deste site e à publicação de um livro (em elaboração) contendo análises de aspectos que foram iluminados por resultados desta pesquisa MapCult, e que expressam a importância fundamental da presença da arte e da cultura como amálgama e elemento fundante da própria cultura organizacional da Universidade Federal da Bahia.

 

Por fim, reconhecendo a importância da participação da comunidade universitária e a impossibilidade da pesquisa, por sua natureza e envergadura, mapear 100% da dimensão da cultura na UFBA, há um espaço colaborativo no site que permite a correção, atualização e inserção de novos dados na pesquisa MAPCULT 2019.  PARTICIPE!