Mídia, ZiKa-virus & Microcefalia: como os jornais brasileiros retrataram as conseqüências para o desenvolvimento infantil das crianças atingidas

Ano de Início: 
2017
Resumo: 

Objetiva analisar e descrever os modos pelos quais a relação entre zika-virus e desenvolvimento infantil foi construída pela mídia impressa brasileira que noticiou a epidemia e o surto conseqüente de microcefalia, depois designado como Síndrome Congênita. Interessa saber como os jornais disseram que ficariam os bebês da zika quando eles crescessem. A hipótese de trabalho é que houve um enviesamento na abordagem acerca dos danos cerebrais, ou seja, modos pouco informativos de escrever sobre o seguimento da vida das crianças acometidas e pouca ênfase dada à explicação sobre os significativos atrasos que sofreriam no desenvolvimento infantil. Será feita análise lingüística das narrativas e, principalmente, dos sentidos subliminares dos textos das matérias, alcançáveis através do estudo do vocabulário, dos recursos semânticos, assim como do conjunto da composição discursiva - imagens, fotos e destaques gráficos. De início serão estudados os dois primeiros anos da cobertura jornalística. Se possível, a investigação será desdobrada por sobre os demais anos que se seguirem, no que tange aos modos como a mídia houver de continuar retratando a geração das crianças da Zika; pois estas viverão sob as consequências dos danos neurológicos e crescerão com deficiências - motoras, cognitivas, sensoriais. Logo, quer sob a forma da curiosidade popular ou sob a interrogação da comunidade científica, os que sobreviveram à Zika congênita haverão de persistir como objetos de interesse do conhecimento público, o que manterá o assunto, portanto, nas páginas dos jornais. Justifica-se essa pesquisa pela importância de auxiliar a mídia a cumprir sua função social. Parte da população, que busca informação através dos noticiários, é de mulheres e famílias que precisam tomar decisões reprodutivas. Assim, é necessário que haja mais clareza acerca do futuro que lhes aguarda, quando sob risco ou já no cuidado de filhos com essa condição neurológica.

Unidade de vínculo do(a) Coordenador(a)/Pesquisa: 
Coordenador(a): 
Alessandra Santana Soares e Barros
Quantidade de Integrantes: 
4
Instituições Financiadoras: 
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico