O ambiente escolar não foi criado para acolher as diferenças e desigualdades. Ao contrário, sempre tratou de demarcar e hierarquizar as diferenças entre pessoas, seja pelo gênero, condição social, parâmetros culturais ou faixa etária. A tônica sempre esteve mais para a segregação do que para o acolhimento . Entretanto, no Brasil, na segunda metade do século XX, com a maior visibilidade dos movimentos de defesa de direitos humanos, tais como o movimento feminista, os movimentos LGBT e os movimentos contra discriminação de negros/as e indígenas, essas pautas começaram invadir a escola e a fazer parte das políticas educacionais. Um exemplo dessas políticas foi a inclusão da Orientação Sexual como um dos temas transversais a serem abordados nas escolas a partir dos PCN instituídos pela LDB 9394/6, além da própria educação indígena que também tornou-se obrigatória e da Lei 10.639/03 que tornou obrigatório ensino de História e cultura afro-brasileira e africana nas escolas.Assim, a escola passou ter que reconhecer a diversidade das pessoas que já habitavam suas salas. Demandas como a gravidez na adolescência, a discriminação e violência contra mulheres, homossexuais, travestis, transgêneros, negros/as e pobres passaram a ser discutidas e consideradas, como parâmetros importantes na avaliação do desempenho, assim como nos índices de permanência e evasão escolar. Os relatos de experiências de homossexuais, transexuais e travestis na escola revelam claramente esse processo de exclusão, da mesma forma que as adolescentes que se tornam mães, podendo ter consequências diretas na vulnerabilidade social desse jovens. Dando continuidade às ações iniciadas em 2018, esse projeto tem como objetivo possibilitar aos licenciandos/as, a experiência de levar essas temas para a escola com oficinas e debates, o que permitirá que futuros profissionais de educação possam capturar uma visão mais próxima do ambiente escolar e, também refletir sobre os desafios da inclusão e permanência nesse espaço.
Nome:
Izaura Santiago da Cruz
Cargo:
Docente