Este projeto situa-se como parte de um projeto maior de pesquisa desenvolvido no estágio-sênior e continuada em parceria com a Université de Strasbourg até 2022. Neste recorte estamos propondo descrever, registrar e analisar a cultura corporal, lazer, trabalho e relações com meio ambiente em duas comunidades que possuem singularidades em seu modo de relação com dimensões da vida: comunidades seculares de pescadores situada na Baia de Todos os Santos e o Recôncavo Baiano; que se mescla, como todo o povo brasileiro entre afro-descendentes, indígenas e europeus. Estas comunidades possuem aproximações no que se refere à resistência contra os modos de dominação cultural que promoveram durante séculos processos de aculturação e invisibilidade social em países colonizados. Objetiva-se identificar e catalogar manifestações da cultura afro-brasileira e indígena existentes nessas comunidades fornecendo elementos para a reescrita da história, compreendendo rupturas/continuidades; silêncios e transplantes culturais do processo de constituição e consolidação da cultura e da educação relacionando-as as problemáticas ambientais. Sua relevância se deve ao registro de culturas silenciadas; de histórias de submissão e resistência que produziu formas de lutas, de sobrevivência e re-significação das culturas por meio de diversas manifestações. Neste sentido, devem ser consideradas e tratadas no meio acadêmico e educacional como proposição de uma educação multicultural, uma das prioridades das Políticas Públicas para a Educação brasileira, o que significa preservar e promover tais culturas como parte integrante e fundamental de um conjunto de valores essenciais na formação social brasileira e construção da identidade nacional.